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#PrayForAmazonas: Queimadas viram assunto mais comentado no Twitter no mundo

Dados do Inpe mostram que houve aumento de 83% de incêndios florestais no Brasil e que a Amazônia é o bioma mais afetado. Situação gerou comoção na rede social e críticas e cobranças direcionadas ao governo.

21 ago 2019 - 13h45
(atualizado às 14h19)
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Amazônia é o bioma mais afetado por incêndios florestais neste ano, diz Inpe
Amazônia é o bioma mais afetado por incêndios florestais neste ano, diz Inpe
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A hashtag #PrayForAmazonas está entre os assuntos mais comentados no Twitter em todo o mundo nesta quarta-feira, 21 de julho - chegou a ocupar o primeiro lugar, com centenas de milhares de publicações sobre o tema.

O motivo são os recentes incêndios que se espalham pela região amazônica e em outros biomas do país, o que levou muitas pessoas a publicarem mensagens na rede social para denunciar a situação.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que usa imagens de satélite para monitorar focos de calor no país, mostram que houve um aumento de 83% no número de incêndios florestais no Brasil entre 1º de janeiro e 19 de agosto em comparação com o mesmo período do ano passado.

Foram 72.843 queimadas neste ano, em comparação com 39.759 neste período em 2018. Deste total, entre os biomas brasileiros, 52,5% foram registrados na Amazônia, 30,1% no Cerrado e 10,9% na Mata Atlântica. O restante ocorreu no Pantanal, na Caatinga e no Pampa.

Os Estados mais afetados até o momento foram o Mato Grosso e o Pará. O Amazonas foi o terceiro no ranking de queimadas neste ano. Entre 2018 e 2019, houve um aumento de 146% de incêndios florestais.

Esses dados, junto a imagens de focos de incêndio, se alastrando pela região vêm gerando grande comoção.

Uma das postagens foi da cantora Elza Soares, que disse estar "chocada" com as imagens feitas recentemente na Amazônia.

Os comentários de celebridades internacionais em outras redes sociais também ganhou destaque entre as postagens no Twitter.

Alguns usuários recordaram que as queimadas têm um impacto sobre outras partes do país, com destaque para a segunda-feira passada, quando o céu escureceu ainda durante o dia em cidades do Sudeste por causa do encontro entre a fumaça dos incêndios e uma frente fria.

Muitos usuários do Twitter acusam o presidente Jair Bolsonaro de descaso com a situação ou atribuem a culpa deste aumento ao seu governo.

Outros cobram de Bolsonaro medidas imediatas contra os incêndios.

O presidente disse recentemente que ONGs podem estar por trás das queimadas por terem perdidos recursos em sua gestão.

"Nós tiramos dinheiro de ONGs, repasses de fora, 40% ia para ONGs, não tem mais. De modo que esse pessoal está sentindo a falta de dinheiro. Pode estar havendo, não estou afirmando, a ação criminosa desses 'ongueiros' para chamar a atenção contra minha pessoa contra o governo do Brasil", disse o presidente.

Membros da oposição criticaram a fala de Bolsonaro, como o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), para quem o presidente é "cínico" por fazer tal declaração.

Mas também houve quem, em sua postagem, lembrasse que o problema das queimadas na Amazônia não é de agora. Dados do Inpe mostram por exemplo que o Brasil terminou 2017 com um número recorde de queimadas desde 1999, quando teve início a série histórica do órgão.

Nem a própria hashtag escapou de críticas. Um usuário afirmou que não é rezando que a situação se resolverá, mas com "boas políticas ambientais, manifestando-se contra a corrupção de muitos partidos políticos, votando com a cabeça".

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