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Top 5 – Despoluição de rios

16 mar 2013 - 14h04
(atualizado às 14h07)
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Esta semana mostramos as principais iniciativas para despoluir rios que passam por importantes centros urbanos no mundo.

A escassez de recursos naturais e sua degradação, devido à ação do homem, motivou a Organização das Nações Unidas a criar o Dia Mundial da Água, em 1993. O intuito é chamar a atenção do mundo para a importância de defender o uso racional desse líquido.

Os rios são fontes de água doce e fazem parte do sistema de abastecimento de grandes centros urbanos. Por isso, o Top 5 destaca as principais iniciativas para despoluir de rios no mundo, considerando o tamanho e a importância para a região.

5. Cuyahoga – Estados Unidos

O Rio Cuyahoga está localizado no estado de Ohio, nos Estados Unidos. Ele tem 160 quilômetros de extensão, passa pelo Parque Nacional do Vale Cuyahoga e deságua no Lago Eire. Esse rio é parte fundamental do ecossistema da região, já que sua correnteza leva peixes e insetos para os pássaros e anfíbios que ficam ao longo da margem.

Mas esse é um panorama recente. No passado, o trecho do rio entre Akron e Cleveland foi intensamente poluído devido à atividade industrial e à rede de esgoto residencial. Em junho 1969, uma mancha de óleo e outros produtos químicos incendiaram o rio, o que chocou a população. Cleveland ficou conhecida como símbolo de degradação. Esse evento serviu de inspiração para a criação do Dia do Planeta Terra – comemorado em 22 de abril. Além disso, os EUA tomaram diversas medidas para acabar com a poluição de seus rios. Em 1970 foi assinado o Ato Nacional de Proteção Ambiental, que viabilizou a criação do Ato Água Limpa, em 1972, estipulando que todos os rios do país deveriam ser apropriados para a vida aquática e para o lazer humano.

Desde o incidente, Cleveland investiu mais de 3,5 bilhões de dólares na purificação da água e nos sistemas de esgoto. Além disso, a previsão é de investir mais 5 bilhões nos próximos 30 anos.

4. Tâmisa – Inglaterra

Esse é o principal rio da Inglaterra e entra no Top 5 porque sua despoluição durou mais de um século. Ele tem 340 quilômetros de extensão e passa pela capital, Londres, antes de desaguar no Mar do Norte.

A história de poluição do Tâmisa é muito antiga. Já em 1610, a água não era considerada potável, porque o esgoto londrino era simplesmente despejado no rio. No século 19 a situação era tão crítica que o mau cheiro conseguiu interromper uma sessão do Parlamento em 1858, e assim o rio ficou conhecido como o Grande Fedor. Nesse período, todos os peixes morreram e, consequentemente, as aves que se alimentavam deles.

Em 1869 foi construída a primeira usina de filtragem para diminuir o problema com o esgoto. A sujeira da região metropolitana passou a ser captada e jogada em outra parte do rio, mais afastada. No início funcionou, e o Tâmisa apresentou melhoras, mas voltou a piorar por causa do crescimento urbano. Em 1950 o rio estava novamente morto, já que não havia oxigênio, e era considerado um esgoto a céu aberto.

Então o governo construiu diversas estações de tratamento, entre 1964 e 1974. Na mesma época, as primeiras espécies de peixe começaram a surgir e hoje há, inclusive, salmões e trutas, assim como aves, que voltaram a encontrar seu alimento nesse rio.

3. Han – Coreia do Sul

O Rio Han é formado pela confluência dos rio Namhan e Bukhan, passa pela capital, Seul, e se junta ao rio Imjin, que em seguida deságua no Mar Amarelo. Ele tem 514 quilômetros de extensão, sendo 320 navegáveis, o que foi fundamental para o desenvolvimento da região, primeiro para a agricultura e comércio, e, na história recente, viabilizando a atividade industrial. Além disso, na parte das montanhas, a força das águas é utilizada para gerar energia elétrica.

O rio sofreu intensa degradação nos períodos da Segunda Gerra Mundial e Guerra da Coreia, além do despejo de esgoto. A partir da década de 1960, o país teve um grande crescimento econômico graças à indústria, que também contribuiu para a poluição do Han.

A mudança do cenário começou com o plano de Desenvolvimento e Implementação de Gestão da Qualidade da Água, em 1998. Um dos passos importantes foi a revitalização do rio Cheonggyecheon, que corta o centro de Seul e levava o esgoto para o Han. Hoje, este rio é considerado limpo e tem algumas espécies de peixe. No entanto, parte da população ainda não confia na qualidade da água para consumo e prefere a mineral.

Atualmente, o governo tem em prática o projeto Han Renaissance, que irá revitalizar doze parques à beira do rio, tornando-os locais agradáveis para o lazer e a prática de esportes.

2. Tietê – Brasil

Esse rio ganha destaque por dar tons de degradação a São Paulo, a maior cidade da América do Sul e principal centro econômico do Brasil. O Tietê nasce em Salesópolis, no leste do estado paulista, percorre 1.100 quilômetros em direção ao oeste, banhando 62 municípios paulistas e acaba despejando suas águas no rio Paraná.

O Tietê foi fundamental durante os períodos econômicos das bandeiras, monções e cafeicultura. A partir do século 20 houve a intensificação da poluição do rio devido à atividade industrial e a redes de esgoto sanitário, principalmente na região metropolitana e capital. Na década de 1980 era considerado um rio poluído e contaminado, além de exalar mal cheiro.

A discussão sobre a despoluição é antiga. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) iniciou em 1992 o Projeto Tietê, que tem como objetivo coletar e tratar os esgotos de 18 milhões de pessoas, melhorando assim a qualidade da água do rio. Até agora foi investido 1,6 bilhão de dólares (pouco mais de R$ 3,1 bilhões). Apesar disso, ainda não há nenhuma mudança significativa sentida pela população. O projeto está em sua terceira etapa, que compreende o período de 2009 a 2016, e o BNDES acaba de liberar mais R$ 1,35 bilhão.

1. Reno – Europa Ocidental

A primeira posição do Top 5 é ocupada pelo Rio Reno, porque sua recuperação exigiu a cooperação de diversos países, que deram um exemplo de união em prol da natureza e do bem estar comum.

O Reno nasce nos Alpes suíços e percorre 1.320 quilômetros até desaguar no Mar do Norte, na Holanda, passando pela França, Alemanha, Luxemburgo e Bélgica. Na década de 1970 era considerado a cloaca a céu aberto da Europa, devido à poluição causada pela atividade industrial e resíduos da agricultura.

A reviravolta dessa história começou em 1976, quando a Comissão Internacional de Proteção do Reno assinou o primeiro acordo contra a poluição química do rio. Mas o passo decisivo foi dado em 1987, quando foi elaborado o Programa de Ação para o Reno, em resposta ao incêndio  num depósito de produtos químicos da Sandoz, na Suíça, em 1986. O incidente causou a morte de peixes e micro organismos no trecho entre Basel, na Suíça, e Koblenz, na Alemanha.

Com o fim do despejo de dejetos das indústrias e outros tipos de poluição, o Reno conseguiu se recuperar, e toda a fauna voltou para o rio, inclusive salmões e trutas. As margens foram recuperadas e são locais de lazer e esporte para os europeus.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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