Cientistas desenvolvem método para "ouvir" sinais do Alzheimer
Avanços tecnológicos e pesquisas inovadoras estão transformando a forma como doenças neurológicas são diagnosticadas. Nos Estados Unidos, cientistas exploram novas maneiras de detectar sinais precoces de Alzheimer, uma doença caracterizada por perda de memória e de funções cognitivas, usando dispositivos não convencionais como microfones de ouvido.
Esses dispositivos, conhecidos como "hearables", podem capturar sinais sutis do corpo humano, potencialmente tornando o diagnóstico mais acessível e menos invasivo. A pesquisa foi apresentada recentemente em um encontro significativo promovido pela Acoustical Society of America.
Como funcionam os microfones de ouvido na detecção de Alzheimer?
O Alzheimer apresenta uma gama de sintomas, incluindo perda de controle motor, que se manifesta em movimentos oculares involuntários alterados. Tradicionalmente, o rastreamento desses movimentos exige o uso de equipamentos especializados, que não estão amplamente disponíveis. A solução proposta pelos pesquisadores é utilizar microfones de ouvido para detecção desses sinais.
Os "hearables" são fones equipados com microfones intra-auriculares que registram as vibrações no tímpano, resultado dos minúsculos movimentos do olho. Esta abordagem inovadora busca identificar as diferenças entre os movimentos oculares de pessoas com Alzheimer e indivíduos saudáveis.
O objetivo final da pesquisa é criar dispositivos que possibilitem o monitoramento contínuo e de longo prazo das condições neurológicas, oferecendo uma forma eficaz e não invasiva de acompanhar o progresso da doença. Essa tecnologia poderia revolucionar a forma como doenças como Alzheimer são geridas no dia a dia, possibilitando intervenções mais imediatas e eficazes.
There is a gap between the #research and people's reluctance to begin using that in clinical practice. Approval of blood-based #biomarker tests for Alzheimer's would likely create an uptake of tests with clinicians, notes Cara Leahy, @Memorial_Owosso.#SWHRtalksAlzheimers
— SWHR (@SWHR) November 21, 2024
Ao usar microfones de ouvido para captar mudanças fisiológicas, os cientistas esperam não só melhorar o diagnóstico precoce de Alzheimer, mas também expandir a detecção para outros distúrbios neurológicos, conforme explicado pelo pesquisador Arian Shamei à CNN.
A pesquisa é um passo em direção a uma nova linha de defesa contra doenças neurológicas. Em um futuro não muito distante, é possível que esses dispositivos avancem para diagnosticar e diferenciar entre várias condições neurológicas com base em sinais capturados através dos ouvidos.