Cirurgia de Lula transcorreu sem intercorrências, dizem médicos
Presidente da República foi submetido ao procedimento nesta sexta-feira
A equipe médica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 77 anos, informou que a cirurgia transcorreu “sem intercorrências” e que o presidente já está acordado e conversando. A declaração foi dada à imprensa nesta sexta-feira, 29, em Brasília.
Lula foi submetido a uma artroplastia total do quadril no lado direito do corpo, para eliminar as dores que o presidente sente na região desde agosto do ano passado. Foi instalada uma prótese no lugar das partes lesionadas. A cirurgia foi realizada no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.
Ainda de acordo com a equipe médica, Lula não precisará ir para a UTI. O presidente deve ser transferido para o quarto ainda no início da noite desta sexta.
A cirurgia começou por volta de meio-dia e foi concluída às 13h13, conforme informações da equipe médica. O procedimento foi realizado pelo ortopedista especializado em quadril Giancarlo Polesello, acompanhado por Kalil e pela médica da Presidência da República, Ana Helena Germoglio. No total, sete profissionais participaram da operação.
Os médicos informaram que não haverá nenhuma restrição após a cirurgia, e que Lula poderá retomar suas atividades normais. A previsão é que o presidente tenha alta hospitalar entre segunda-feira, 2, ou terça-feira, 3.
Lula deve passar algumas semanas despachando do Palácio da Alvorada, segundo recomendação médica, por causa da fisioterapia e a restrição de movimentos. Segundo os especialistas, o presidente terá de usar andador por algumas semanas por causa do equilíbrio. Ele precisará fazer exercícios e ficar sentado na cama até dar os primeiros passos.
A agenda de viagens de Lula ficará suspensa de quatro a seis semanas, mas os médicos afirmam que ele deve estar apto a participar da COP 28 em novembro, nos Emirados Árabes Unidos.
Cirurgia de correção da pálpebra
Após a cirurgia no quadril, o presidente também passou por uma blefaroplastia, cirurgia de correção da pálpebra que já estava programada, de acordo a equipe médica. Essa segunda intervenção cirúrgica ocorreu das 15h às 16h.
Segundo os médicos, o presidente Lula teve uma boa resposta à anestesia geral, permitindo que a equipe realizasse também a cirurgia nas pálpebras. Por isso, o procedimento total de cirurgia levou um pouco mais de tempo.
"Estava programada fazer uma blefaroplastia, uma pequena correção da pálpebra", afirmou Roberto Kalil, médico pessoal do presidente.
A blefaroplastia é um procedimento cirúrgico usado para tratar o excesso de pele na região dos olhos, que dão um aspecto de pálpebra caída. A condição é comum em pessoas idosas. Segundo os médicos, essa é uma cirurgia considerada de baixa complexidade.
Recuperação
Conforme o ortopedista Giancarlo Polesello, o presidente Lula apresenta força nos membros inferiores, o que permitirá à equipe iniciar o processo para que ele se levante da cama e comece a fazer exercícios "o mais rápido possível".
"Sempre tentamos tirar o paciente da cama o mais rápido possível. Isso porque evitam-se complicações. Desde que o paciente consiga, esteja consciente, recupere sua força muscular, é desejável que se tire o paciente da cama o mais rapidamente possível", afirmou.
"Se isso for conseguido, provavelmente - agora já está no final do dia - amanhã cedo a gente deve conseguir isso porque ele acordou muito bem. Já está conversando, já está com força nos membros inferiores bastante útil", completou o médico.
O presidente sentia dores “na cabeça do fêmur”, como ele mesmo costumava dizer, desde agosto do ano passado. Ele falou publicamente sobre o assunto diversas vezes. Segundo ele, o incômodo estava afetando seu humor. Ele já havia feito dois procedimentos para aliviar a dor até a operação. De acordo com Kalil, a artrose de Lula era “bastante proeminente” e a cirurgia deve ser “bastante eficiente” contra a dor.