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94% dos brasileiros mudaram hábito de higiene depois do covid-19

A OMS instituiu o dia 5 de maio como o Dia Mundial de Higiene das Mãos que esse ano chega carregado de significado para a era moderna

4 mai 2020 - 11h22
(atualizado às 12h15)
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Nunca se falou tanto em lavar as mãos, principalmente pelo aumento exponencial de casos relacionados  ao novo coronavírus pelo mundo, sendo uma das principais medidas de prevenção da covid-19. De acordo com pesquisa Comportamento do consumidor após coronavírus feita pelo Instituto Qualibest entre os dias 10 e 22 de março, 94% dos brasileiros mudaram os hábitos de higiene. 

Estudo apontou ainda aumento do uso do álcool em gel (67%), álcool líquido (63%), água sanitária (51%), desinfetante (47%) e sabonete líquido (42%). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o hábito pode reduzir em até 40% a contaminação por vírus e bactérias que causam doenças como gripes, resfriados, conjuntivites e viroses. O ato de lavar as mãos é tão importante que a OMS instituiu o dia 5 de maio como o Dia Mundial de Higiene das Mãos. 

Segundo o infectologista do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Alexandre Costa, a higiene das mãos é fundamental para a prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), cujo contágio está vinculado a um procedimento de atendimento ou à internação de um paciente.  "Todos devem lavar as mãos, principalmente o profissional de saúde que está em constante contato com pacientes com diferentes doenças", ressalta.

Foto: Climatempo

 

Estudo Unicef

Estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que 41% das mortes de recém-nascidos podem ser evitadas pela higienização das mãos. No Brasil, de acordo com dados da Anvisa, cerca de 25% das infecções registradas são causadas por micro-organismos multirresistentes, que se tornam imunes à ação dos antibióticos.

"Mesmo com as mãos devidamente limpas, é importante evitar levá-las ao rosto, pois os nossos olhos, nariz e boca são portas de entrada para todo tipo de doença infectocontagiosa. Essas máscaras de pano caseiras são uma boa alternativa para tentar evitar esse hábito de tocarmos o rosto frequentemente. Além disso, evita que portadores assintomáticos do vírus o transmitam para terceiros", explica Alexandre.

O infectologista lembra que um dos principais erros na hora de higienizar as mãos é esquecer de retirar relógios e anéis antes de iniciar a limpeza das mãos. "O mesmo vale para quando usar álcool líquido e em gel 70%", frisa Alexandre.

Foto: Climatempo
Foto Ilustrativa - Anna Shvets / Banco de imagens Pexels

Mas o que de fato essa pandemia vai ensinar com relação aos cuidados com a saúde?

Segundo o médico, a resposta para essa pergunta depende da com­preensão individual dos acontecimentos. "Mesmo com tantas mortes anunciadas diariamente, muita pessoas ainda acham que esse novo vírus não é real. Para elas, nada vai mudar, infelizmente", frisa. 

Não é de hoje que o ato de lavar as mãos é recomendado pelos especialistas. A descoberta sobre a importância dos cuidados com a higiene aconteceu em 1846 na Áustria, quando o médico assistente Ignaz Philipp Semmelweiss notou que a mortalidade das parturientes era maior nos casos em que as pacientes eram atendidas pelos mesmos médicos que faziam a autópsia. Somente após a sua morte, a higienização das mãos passou a ser reconhecida como importante ação na prevenção de infecções.  

Confira algumas dicas de como fazer a higienização das mãos corretamente: 

Se possível, usar sabão antibactericida. No entanto, qualquer outro também é eficiente;

Não é necessário colocar grande quantidade de sabão na mão. Em geral, 2 ml são suficientes;

Esfregar a parte de baixo e de cima das mãos; 

Não esquecer das pontas dos dedos, embaixo das unhas, entre os dedos e polegar;

O processo deve durar cerca de 60 segundos;

Ao fechar a torneira use o cotovelo ou um papel;

O mesmo processo deve ser feito com álcool em gel caso não seja possível fazer a limpeza com água e sabão. 

Fonte: comunicação sem fronteiras 

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