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Espécie da Caatinga é nova descoberta para ciência

É uma erva única, típica espécie da Caatinga, crescendo em afloramentos rochosos sob intensa luz solar e condições climáticas extremas

21 fev 2020 - 17h12
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Ao contrário do que se pensava há 30 anos, a Caatinga é um ambiente muito rico em biodiversidade, prova disso é a frequente descoberta de novas espécies. Essa mudança foi possível com o aumento do número de pesquisadores no bioma realizando trabalhos como os do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Recentemente, o NEMA encontrou mais uma espécie desconhecida para a ciência. No total, seis novas espécies foram descritas com base em materiais coletados nas áreas de influência do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF).

A nova espécie foi encontrada em janeiro de 2015, durante atividades do Inventário Florístico do "Subprograma de Monitoramento das Modificações da Cobertura, Composição e Diversidade Vegetal", executado pelo NEMA em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

Publicada em janeiro deste ano por André Paviotti Fontana, botânico do NEMA, e Elton Martinez Carvalho Leme, pesquisador colaborativo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, na revista científica internacional Phytotaxa.

Intitulada de Orthophytum alagoanum, em referência a Alagoas, foi encontrada no município de Mata Grande, na Serra da Boa Vista e Serra da Onça. É uma erva endêmica (única) do estado e uma típica espécie da Caatinga, crescendo em afloramentos rochosos sob intensa luz solar e condições climáticas extremas. Pertence a família das bromélias (Bromeliaceae), possuí folhas avermelhadas com superfície esbranquiçada e flores verdes.

Com as coletas realizadas nas áreas de influência do PISF, em cerca de 10 anos de amostragem, também foi possível realizar a descrição da espécie Pleurophora pulchra. Os materiais coletados nas áreas do projeto ainda contribuíram para a descrição das novas espécies: Amorimia pellegrinii (2016), Hymenaea cangaceira (2017), Solanum caatingae (2018) e Erythroxyllum pyan (2019).

De acordo com o coordenador do NEMA, professor Renato Garcia Rodrigues, a descrição de mais uma espécie, até então desconhecida, reforça a importância de estudos sobre a Caatinga. "A oportunidade de estudar a Caatinga e demonstrar sua riqueza é um desafio que nos honra muito.

A descoberta de novas espécies, como essa, é mais uma confirmação da importância de realizar ações de alta qualidade durante o processo de licenciamento ambiental.", afirma.

Foto: Climatempo
Foto: Divulgação NEMA/UNIVASF
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