Hidrocarbonetos: o que a cerveja, o petróleo e o pum de vaca têm em comum!
Os hidrocarbonetos são algumas das principais moléculas que nos rodeiam. Descubram onde eles estão, o que fazem e por que são tão importantes.
E se a gente dissesse que existe uma grande probabilidade de você já ter bebido hidrocarbonetos, reclamado do preço de hidrocarbonetos e até mesmo ter algum hidrocarboneto guardado na sua gaveta de meias?
Calma. Se você se lembra de quando estudava química orgânica para o vestibular, deve saber que hidrocarbonetos nada mais são do que moléculas compostas por ligações entre carbono (C) e hidrogênio (H). No mundo, já foram identificados alguns milhares de hidrocarbonetos, e todos têm uma propriedade em comum: a combustão.
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Quando os hidrocarbonetos entram em combustão, eles emitem gás carbônico (CO2), água (H2O) e a energia que move o motor do seu carro e de várias indústrias, por exemplo. Mas além disso, os hidrocarbonetos estão mais presentes no seu dia a dia do que você imaginava.
Conhecendo os hidrocarbonetos naturais
Alguns hidrocarbonetos têm grande valor econômico e são alvos de polêmicas e até mesmo conflitos e guerras entre países. Estamos falando de um dos hidrocarbonetos naturais mais famosos: o petróleo.
Estudos mostram que o petróleo começou a ser utilizado pela humanidade desde 4.000 a.C, principalmente no Oriente Médio. No Egito, na Mesopotâmia e na Pérsia, existem registros do uso de subprodutos do petróleo para pavimentar ruas, aquecer e iluminar habitações e até mesmo como laxantes.
Nas refinarias de petróleo, são obtidos o gás combustível, a gasolina, o querosene, o gás liquefeito do petróleo, o óleo diesel e o gasóleo. O petróleo também é utilizado na fabricação de plásticos em geral, maquiagens, aspirinas, meias-calças, chicletes e o giz de cera.
Ainda na seara dos hidrocarbonetos naturais, podemos citar outros dois combustíveis fósseis: o carvão mineral e o gás natural. A grande polêmica dos combustíveis fósseis é que quando entram em combustão, eles liberam CO2 na atmosfera, que é um agente causador da poluição do ar.
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Para saber mais sobre a poluição do ar e como ela está prejudicando a sua saúde, clique aqui.
E os outros hidrocarbonetos?
Com o avanço dos estudos da química, os cientistas começaram a desenvolver seus próprios hidrocarbonetos para a produção de diversos produtos bastante populares.
Bebidas Alcoólicas
Sim, a sua cerveja preferida contém hidrocarbonetos. Mais precisamente o etanol (CH3-CH2-OH). Inclusive, a E-fuel, uma empresa californiana focada na pesquisa e desenvolvimento de soluções sustentáveis para o uso de biocombustível, inventou uma forma de encher o tanque do seu carro com a espuma da cerveja que você joga fora.
Isso mesmo, o MicroFueler funciona à base de água e espuma de cerveja. A estratégia deu tão certo que já tem indústria de cerveja abastecendo os próprios veículos com a reciclagem de mais de 1 milhão de litros de espuma que seriam jogados fora.
Perfumes
O perfume é um dos produtos feitos com hidrocarbonetos que fazem mais sucesso entre os brasileiros. Para você ter uma noção, nós fomos responsáveis por gastar mais de U$S 6 bilhões com perfumes entre 2010 e 2015. A níveis de comparação, todos os outros países da América Latina, somados, pagaram U$S 4,7 bilhões.
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Formol
O formol ou formaldeído é formado por um dos menores hidrocarbonetos que existem, o metanal (CH2O). Ele é utilizado na conservação de cadáveres para estudos e pesquisas, por exemplo, na produção de celulose, tintas, desinfetantes, espelhos, explosivos e em cosméticos.
Por muito tempo, o formol foi ingrediente principal de vários cosméticos, principalmente aqueles para alisar o cabelo de maneira permanente. Acontece que ele causa sérios danos à saúde tanto do cabeleireiro, quanto de quem aplica ou quem está na fila de espera para ser atendida no salão.
O formol é uma substância cancerígena. A exposição prolongada aumenta de maneira significativa as chances de desenvolvimento de câncer na boca, no sangue, no pulmão e na cabeça. Ele é tão perigoso para a saúde que a Anvisa só libera os produtos com o máximo de 0,2% de formol em sua composição. Ainda assim, ele é utilizado clandestinamente por vários cabeleireiros no Brasil inteiro.
Pum das vacas
De acordo com o Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a flatulência dos ruminantes em geral (vacas, ovelhas, cabras, búfalos, etc) foi responsável por 28% do metano gerado no mundo inteiro em 2011. O metano é um dos hidrocarbonetos naturais mais simples e é formado por uma molécula de carbono e quatro hidrogênios (CH4).
Apesar de simples, o metano está na lista negra de gases que mais poluem a atmosfera e polui mais do que o CO2 produzido pelos automóveis. Um dos principais fatores que colaboram com esse quadro é o aumento da demanda por carne bovina, que estimula o aumento de criações de gado, especialmente nas Américas.
Naftalina
Sim, aquelas bolinhas que a sua mãe coloca nas suas gavetas e deixam aquele cheiro que não sai nunca das roupas são feitas a partir de hidrocarbonetos. A naftalina sofre o processo de sublimação: passa do estado sólido para o estado gasoso de maneira direta. Os vapores da naftalina, então, afastam traças e outros insetos de perto das suas roupas.
O problema é que as naftalinas também podem causar intoxicação em seres humanos, principalmente crianças. Pessoas mais sensíveis podem experimentar dores de cabeça, irritação na pele, nos olhos e no nariz. Em casos mais graves, a naftalina pode causar lesões no fígado, nos rins e no aparelho respiratório.
Acetona
Isso mesmo, a acetona também faz parte do grupo dos produtos feitos através de hidrocarbonetos. O hidrocarboneto que gera acetona é a propanona. Seu uso mais conhecido é como removedor de esmaltes para unhas e solventes para tintas.
Mas fique sabendo que existem outras formas bem úteis de usar a acetona no seu dia a dia. Por exemplo, ela ajuda a:
- Disfarçar arranhões nos mostradores de relógios;
- Remover resíduos de colas em geral, tipo aqueles que ficam quando você remove um adesivo;
- Remover manchas amareladas de utensílios de porcelana;
E você, lembrava o que eram os hidrocarbonetos das suas aulas de química orgânica?