ODS 7: energia para todos e com soluções em base renovável
Brasil já é referência em uma das metas da Agenda 2030, mas ainda tem muito potencial para avançar
por Angélica Queiroz
Para quem está lendo esse texto numa grande cidade, com acesso à internet, a falta de energia elétrica pode parecer uma realidade distante, mas segundo o último relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), mais de 600 milhões de pessoas não terão acesso à eletricidade até 2030. E a universalização desse direito é justamente o objetivo principal do ODS 7: Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.
O mesmo estudo da IEA reconhece importantes avanços em todo o mundo na última década. No entanto, eles ainda são insuficientes. Segundo os especialistas, é preciso investir em eletrificação por meio de soluções descentralizadas de base renovável, solução que está descrita nas metas do ODS 7.
O Brasil já é referência nesse sentido e, segundo o Ministério de Minas e Energia, metade da nossa matriz energética já é baseada em fontes renováveis, como eólica, solar e biomassa. Para se ter uma ideia, a média mundial é de apenas 14%. No entanto, ainda temos muito a avançar, principalmente porque parte significativa da nossa energia ainda é gerada por hidrelétricas, o que faz com que uma crise hídrica, como a atual, afete todo o sistema. A construção desses projetos também é controversa, pois muitas vezes está associada ao desmatamento e à destruição de áreas de preservação e territórios indígenas.
7 ODS : Energia limpa
Além de diminuir a nossa dependência de hidrelétricas, temos tudo para avançar e ser ainda mais vanguarda mundial porque contamos com recursos naturais de sobra para isso. Com potencial, inclusive, para exportar energia limpa e ajudar outros países a também se abastecerem dessas fontes. A cooperação internacional, inclusive, é outro dos pontos destacados na descrição da ODS.
O GT Infraestrutura é uma rede de trabalho que nasceu em 2012 e, entre outras pautas, trabalha para ajudar a pensar em uma infraestrutura de energia que mire o desenvolvimento sustentável para o Brasil. O secretário executivo do GT, Sérgio Guimarães, lembra que, só na Amazônia, cerca de um milhão de pessoas ainda não têm acesso à energia elétrica e muitas comunidades dependem do diesel, que é poluente, para gerar energia.
"Precisamos fazer a energia chegar a essas pessoas e uma energia limpa. A boa notícia é que, hoje, fontes eólicas e solares já podem ser mais baratas do que fontes não renováveis, como hidrelétricas, e poluentes, como termelétricas".
Aumentar a eficiência energética dos equipamentos é uma outra forma tanto de usar menos energia quanto de baratear as contas de luz, pois evita gastos desnecessários.
"É um processo de ganha-ganha-ganha, pois garante energia para mais pessoas, melhora o clima e é bom para o bolso", explica Sérgio Guimarães.
ODS
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, fazem parte do plano de ação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, definida em 2015, durante uma reunião de líderes mundiais na sede da ONU, em Nova York. Os ODS são tarefas válidas para todo o mundo, com objetivos comuns para fazer do planeta um lugar mais justo e sustentável. Aqui a gente explica melhor e conta quais são eles.