ONU institui Dia Mundial dos Pântanos
Data escolhida foi 2 de fevereiro e lembrado pela primeira vez em 2022. Pântanos armazenam mais carbono do que qualquer outro ecossistema, diz Pnuma.
Foto: Pantanal na região de Corumbá (MS), em 2017 (iStock)
Quase 90% dos pântanos ao redor do mundo foram degradados desde 1700 e segundo a Convenção sobre as Zonas Úmidas, essas áreas são perdidas três vezes mais rapidamente do que as florestas.
Para chamar atenção universal sobre a importância das zonas úmidas, as Nações Unidas comemoraram, pela primeira vez, o Dia Mundial dos Pântanos em 2 de fevereiro de 2022. A data já era celebrada por diversas entidades, mas foi em agosto de 2021 que a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução para incluir oficialmente o dia no calendário da organização.
Apelo por mais investimentos
A ONU lembra que esses ecossistemas contribuem para a biodiversidade, para a mitigação do clima, para o fornecimento de água doce e muito mais. Neste ano, o dia mundial tem como tema "Ação pelos Pântanos para Pessoas e Natureza", pedindo mais esforços e investimentos na conservação, no manejo e na restauração das zonas úmidas.
Segundo o Programa Mundial do Meio Ambiente, Pnuma, os pântanos têm desaparecido com rapidez pois acabam sendo drenados para projetos de agricultura, de desenvolvimento ou outros usos "produtivos" nessas áreas.
O Pnuma explica que os pântanos armazenam mais carbono do que qualquer outro ecossistema. As turfeiras, por exemplo, guardam o dobro de carbono do que as florestas.
Pantanal é exemplo
Os ecossistemas úmidos também absorvem excesso de água e ajudam a prevenir enchentes e secas, sendo essenciais para que as comunidades se adaptem à mudança climática. A agência cita o Pantanal brasileiro como "exemplo icônico de pântano cercado por vida selvagem".
Essa união entre pântanos e espécies animais é "chave para acabar com as perdas de biodiversidade". De acordo com o Pnuma, mais de 140 mil espécies, incluindo 55% de todos os peixes, dependem de ambientes com água fresca para sobreviver.
Ainda assim, as espécies que vivem em pantanais estão sendo extintas com mais rapidez do que os animais terrestres ou marinhos, devido à poluição e perdas de habitat.