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Poluição por plásticos deve duplicar até 2030

Plásticos já representam 85% do lixo marinho, mas até 2040, esse volume irá triplicar

25 out 2021 - 04h00
(atualizado às 07h43)
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Garrafas de plástico em centro de coleta de lixo
REUTERS/Toru Hanai
Garrafas de plástico em centro de coleta de lixo REUTERS/Toru Hanai
Foto: Reuters

Levantamento do Programa da ONU para o Meio Ambiente é lançado 10 dias antes da COP-26; emissões de gases causadas por plásticos devem subir para 6,5 de gigatoneladas até 2050; solução passa por investir em energias renováveis e acabar com subsídios

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, divulgou um relatório prevendo que a poluição causada por plásticos duplique até 2030, causando péssimas consequências para saúde, economia, biodiversidade e clima. 

O Pnuma afirma ser crucial tratar da crise de poluição global como um todo e lança o documento cerca de 10 dias antes do início da Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP-26.

Previsões de aumento de CO2 

Para reduzir a poluição por plásticos, a agência da ONU propõe fim dos subsídios e que os combustíveis fósseis sejam substituídos por fontes de energia renovável. O Pnuma acredita ser possível reverter essa crise, desde que haja vontade política e ação urgente. 

O relatório mostra que em 2015, as emissões de gases de efeito estufa causadas por plásticos eram equivalentes a 1,7 gigatoneladas de CO2. Mas até 2050, a projeção é de que as emissões aumentem para 6,5 gigatoneladas. 

Os autores do estudo destacam que algumas alternativas para a crise dos plásticos também são nocivas ao meio ambiente, incluindo plásticos biodegradáveis, que causam "uma ameaça similar aos plásticos convencionais".

Consumo de plástico precisa parar imediatamente 

O documento do Pnuma também apresenta algumas falhas do mercado, como baixos preços de combustíveis fósseis virgens, na comparação com preços de materiais reciclados, e falta de esforços para o manejo do lixo causado por plásticos. A agência pede a "redução imediata na produção e no consumo de plásticos"

A diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, afirma que o levantamento traz "argumentos científicos fortes sobre a urgência em agir pela proteção dos oceanos". 

Atualmente, os plásticos representam 85% do lixo marinho, mas até 2040, esse volume irá triplicar. A cada ano, até 37 milhões de toneladas de lixo vão parar  nos oceanos, representando 50kg de plástico por cada metro de área litorânea. 

Prejuízos econômicos 

Por conta disto, plânctons, mariscos, pássaros, tartarugas e mamíferos enfrentam graves riscos de sufocamento, intoxicação, problemas de comportamento e fome. 

O Pnuma revela que corpo humano também está vulnerável à poluição por plásticos, já que partículas são ingeridas durante o consumo de peixes, de bebidas e até do sal comum. Os microplásticos podem também penetrar nos poros e serem inalados quando estão suspensos no ar.

O relatório revela ainda os impactos para a economia: até 2040, poderá haver um risco financeiro anual de US$ 100 bilhões para as empresas, se os governos exigirem que a indústria cubra os custos do manejo do lixo.  

Fonte: ONU  News

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