CNJ instaura reclamação disciplinar contra ex-juíza da Lava Jato
Gabriela Hardt terá 15 dias para apresentar defesa. A magistrada, que substituiu Moro na Lava Jato, foi transferida da 13ª Vara de Curitiba
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou uma reclamação disciplinar contra Gabriela Hardt, ex-juíza federal da Lava Jato. A magistrada atuava como juíza substituta na 13ª Vara de Curitiba.
A decisão foi tomada pelo corregedor nacional do CNJ, ministro Luis Felipe Salomão, que aceitou um pedido feito pelo empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia.
Garcia alegou que a juíza tinha conhecimento de fatos potencialmente criminosos praticados pelo então juiz Sergio Moro e Procuradores da República, mas permaneceu inerte diante da situação.
Na decisão, o ministro Luis Felipe Salomão também menciona que, segundo o relato de Tony Garcia, Gabriela Hardt fez retaliações contra o empresário após ter tomado conhecimento de "fatos delituosos" por ele relatados.
A decisão foi proferida na segunda-feira, 17. Salomão concedeu um prazo de 15 dias para que Gabriela Hardt apresente sua versão sobre a acusação.
O ministro também decidiu manter o afastamento cautelar do juiz Eduardo Appio, que é suspeito de utilizar informações internas para constranger o desembargador Marcelo Malucelli.
Hardt deixou processos da Lava Jato
Gabriela Hardt atuou como substituta do ex-juiz Sergio Moro durante processos da Operação Lava Jato. Em 2019, ela proferiu uma condenação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do sítio de Atibaia. Contudo, essa decisão foi posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Recentemente, Gabriela foi transferida para a 3ª Turma Recursal do Paraná (TR-PR).
Quem é Tony Garcia
O empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia tem utilizado as redes sociais para fazer acusações contra juízes e procuradores da Operação Lava Jato.
Entre as alegações feitas por ele, está a afirmação de que atuou como um agente infiltrado na Lava Jato e que gravou autoridades de maneira ilegal.
Por determinação do ministro Dias Toffoli, a Polícia Federal (PF) irá interrogar Garcia. No entanto, ainda não foi divulgada uma data específica para o depoimento.