Colômbia e Farc concordam com cessar-fogo definitivo
Acerto marca o fim do conflito armado mais longo da América Latina e é passo importante para assinatura do acordo de paz.
O governo colombiano e o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) chegaram a um acordo histórico para declarar um cessar-fogo definitivo, afirmaram nesta quarta-feira (22) pessoas envolvidas nas negociações de paz.
O anúncio oficial deverá ocorrer ainda nesta quarta-feira em Havana. Na prática, o acordo marca o fim do conflito armado mais longo da América Latina, que já dura mais de cinco décadas. Desde 2012, uma comissão formada pelo envolvidos nos conflitos e representantes internacionais negocia, na capital cubana, a paz na Colômbia.
"Foi alcançado um acordo sobre o fim do conflito", confirmou uma pessoa à agência de notícias Reuters.
Já o líder guerrilheiro Carlos Antonio Lozada disse que esta quinta-feira será o último dia da guerra. "Para que se encerre a horrível noite e se abra caminho para a paz e a esperança", escreveu em seu Twitter.
A assinatura do acordo deverá acontecer em uma cerimônia nesta quinta-feira, que contará com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, do chefe guerrilheiro Rodrigo Londono, conhecido como Timochenko, e de representantes dos países envolvidos na negociação.
Segundo pessoas envolvidas, o acordo estabelece um cronograma para o assentamento de guerrilheiros em locais determinados e o desarmamento com a supervisão das Nações Unidas. Há 11 meses, as Farc mantêm um cessar-fogo unilateral, e o governo suspendeu bombardeios a campos rebeldes.
Desde que se iniciaram as conversações de paz, as partes já conseguiram fecharam acordos sobre vários tópicos da agenda do processo de paz: terras e desenvolvimento rural, participação política; drogas e narcotráfico; e reparação, verdade e justiça para as vítimas do conflito. Atualmente debatem o último tópico da agenda, referente ao cessar-fogo.
Em mais de 50 anos, o conflito na Colômbia já provocou a morte de 220 mil pessoas e deixou mais de 6 milhões de refugiados.