Como os antigos egípcios preservavam órgãos das múmias? Estudo responde
Ao contrário do que se acreditava, nem todos os corpos embalsamados pelos antigos egípcios tinham seus órgãos removidos e armazenados em vasos canópicos.
Múmias e as novas tecnologias
Novas tecnologias têm revelado aspectos surpreendentes das práticas de mumificação no Egito Antigo, desafiando muitas das suposições tradicionais sobre o tratamento dos corpos dos falecidos. Em alguns casos, esses órgãos eram mantidos dentro dos próprios corpos.
Com o uso de tomografias, pesquisadores têm conseguido examinar os detalhes internos das múmias sem danificar suas estruturas delicadas, como tem sido feito recentemente no Field Museum, em Chicago. As informações são da revista Aventuras na História.
"De uma perspectiva arqueológica, é incrivelmente raro que você tenha a oportunidade de investigar ou ver a História da perspectiva de um único indivíduo", comentou Stacy Drake, gerente da coleção de restos humanos do museu, em comunicado à imprensa.
Tomografias mudaram a arqueologia dos egípcios
O uso de tomografias para investigar múmias representa um avanço significativo na arqueologia, permitindo um exame não invasivo das estruturas internas desses corpos preservados. Esta técnica possibilita que os pesquisadores adquiram uma compreensão mais profunda sem perturbar os tecidos antigos ou os envoltórios sagrados que datam de milênios atrás. Em um projeto recente, 26 múmias foram analisadas em apenas quatro dias, oferecendo uma abordagem eficiente para o estudo em massa de restos mortais históricos.
As tomografias fornecem um modelo tridimensional detalhado, revelando detalhes que não poderiam ser vistos a olho nu. Isso permite aos arqueólogos não só confirmar práticas conhecidas, mas também descobrir novas informações sobre a diversidade nos métodos de mumificação que variavam de acordo com o período, a localização e o status social dos indivíduos.
Quem eram Chenet-aa e Harwa?
Durante as análises recentes, duas múmias chamaram a atenção dos pesquisadores: Chenet-aa e Harwa. Pertencentes à 22ª dinastia, aproximadamente datadas de três mil anos atrás, esses indivíduos representam exemplos claros da variação nas práticas de embalsamamento.
Chenet-aa, através dos sinais nos dentes, sugere uma dieta influenciada pelas práticas alimentares de sua época, ao passo que Harwa pode ser um exemplar de uma posição social mais elevada, possivelmente poupado de trabalhos manuais penosos.
O caso de Chenet-aa é particularmente intrigante, pois apresenta técnicas de embalsamamento que garantiam a preservação de características faciais para a vida após a morte. Já Harwa, que era um funcionário no celeiro real, surpreendeu pela ausência de desgaste físico esperado, indicando uma condição de vida mais privilegiada.
NOTÍCIA: Uma equipe de pesquisadores poloneses está afirmando que encontrou o único exemplo conhecido de múmia do Egito Antigo que foi mumificada grávida. Ela foi identificada durante pesquisas do Warsaw Mummy Project, cujos resultados foram publicados essa semana. + pic.twitter.com/SL3oZAp2zw
— Márcia Jamille🦊🔎 (@MJamille) May 1, 2021