Como se planejar para comprar um carro novo
Colocar o usado na entrada e não comprometer o orçamento familiar são meios de poupar para adquirir o zero-km
Diante da impossibilidade de comprar um carro zero-quilômetro ? realidade da maioria dos consumidores do País ?, o planejamento financeiro acaba se tornando uma ferramenta indispensável antes de fechar negócio na concessionária.
É claro que a aquisição à vista abre um poder maior de negociação para conseguir bons descontos de, no mínimo, 10%. Nem sempre, porém, isso é possível.
?O maior volume de veículos vendidos no Brasil tem preço entre R$ 90 mil e R$ 115 mil?, afirma o consultor automotivo Milad Kalume Neto. ?Antes de mais nada, o comprador deve mirar qual modelo deseja e observar possíveis promoções. Sempre que o vendedor diz que vai consultar o gerente se é possível tirar algo mais do preço, pode ter certeza: há margem para isso.?
Se o consumidor optar pelo parcelamento, o melhor é se preparar financeiramente para dar, no mínimo, de 30% a 50% de entrada e dividir o restante no menor número possível de prestações.
Barganhe com insistência
Kalume explica que colocar o carro seminovo ou usado na negociação ajuda a amortizar a entrada. O importante, ele diz, é esgotar todas as possibilidades de diálogo para que o preço do zero-quilômetro caiba no bolso.
?Se o seu automóvel seminovo vale R$ 100 mil, mas a concessionária oferece R$ 80 mil, vale o esforço para tirar essa diferença no modelo novo. Portanto, se ele custa R$ 200 mil, tente comprá-lo por R$ 180 mil. A insistência costuma funcionar. Não se preocupe com a desvalorização de seu carro se conseguir um bom desconto no zero-quilômetro?, destaca.
Segundo o especialista, a preocupação do comprador é acrescentar o menor valor possível sobre o dinheiro poupado ? destinado ao carro novo ? durante o planejamento financeiro.
Outra questão apontada por Kalume é a chamada taxa zero nos financiamentos. ?Não existe taxa zero. Além da taxa de abertura do crédito e do imposto de operações financeiras (IOF), sempre haverá um valor extra embutido nas prestações?, revela.
O interessado deve pesquisar as taxas determinadas pelas instituições bancárias para saber qual é a mais vantajosa. Uma coisa é certa: no fim do financiamento, o preço total do carro poderá chegar a quase o dobro do valor original.
Sem gastos desnecessários
De toda forma, o planejamento para comprar um veículo zero-quilômetro exige ?pés no chão?. ?O consumidor precisa considerar outros gastos, como manutenção, seguro e combustível, para saber se eles não irão comprometer o orçamento familiar e provocar o endividamento. Atualmente, carro não é investimento. É custo?, define.
Assim, organize-se para evitar gastos desnecessários. ?Anote todas as compras ao longo do mês, porque fica mais fácil identificar as que são dispensáveis ou oportunidades de economizar no dia a dia?, diz.
Para Kalume, é comum o ato de juntar o valor da entrada do carro zero-quilômetrocriar novos hábitos de poupança. ?Pode até ser que, ao conseguir o dinheiro necessário, o consumidor resolva seguir o planejamento até pagar o modelo à vista para obter um abatimento?, ressalta.
Se não houver pressa em ter um veículo zero-quilômetro, o consórcio é outra opção. Nessa modalidade, um grupo de pessoas se junta para, individualmente, pagar uma fração do carro todos os meses. No consórcio, o participante paga ao banco antes de comprar o bem. Em seguida, ele recebe o dinheiro para quitar à vista.
Ao longo das parcelas, porém, há a possibilidade de ser contemplado em sorteio e receber o carro antes do fim das mensalidades. Quando isso acontece, é preciso seguir pagando depois da contemplação.