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Conselho que investiga Gabriel Monteiro vai discutir proteção para testemunhas

Reunião será a primeira após a morte Vinicius Hayden Witeze, ex-assessor do parlamentar que depôs no processo; relator diz que é preciso apurar o aconteceu para tranquilizar familiares, depoentes e o vereador investigado

30 mai 2022 - 18h23
(atualizado às 19h51)
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RIO — O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio vai se reunir nesta terça-feira, 31, para prosseguir com o processo de quebra de decoro do vereador Gabriel Monteiro (PL) e avaliar possíveis medidas de proteção às testemunhas do procedimento após a morte do ex-assessor parlamentar Vinícius Hayden Witeze. Ele morreu depois que o carro que guiava capotou em uma estrada na Região Serrana fluminense na noite de sábado, 28. Witeze era uma das principais testemunhas contra Monteiro. O parlamentar é acusado de assédio moral e sexual e de adulterar vídeos, entre outras suspeitas.

Relator do processo no colegiado, vereador Chico Alencar (PSOL), disse que é necessário apurar todas as circunstâncias do acidente que causou a morte do ex-assessor parlamentar Vinícius Hayden Witeze. Foto:

O ex-assessor foi uma das duas testemunhas ouvidas pelo Conselho de Ética na quarta, 25. Ele e o produtor de vídeos Heitor Monteiro disseram que têm sido ameaçados. As ameaças começaram depois que denunciaram Gabriel Monteiro. Ao depor, Witeze chegou ao Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara, com colete à prova de balas.

Witeze trabalhava para Gabriel Monteiro na produção de dossiês sobre outros políticos. Heitor Monteiro editava os vídeos do ex-PM. O parlamentar nega todas as acusações. Atribui essas alegações a questões políticas.

De acordo com a presidente da comissão de Direitos Humanos da Câmara, vereadora Teresa Bergher (Cidadania), que também integra o Conselho de Ética, Witeze pediu segurança após prestar depoimento na quarta-feira.

"Nós nos colocamos à disposição do Vinícius e do Heitor, logo após os depoimentos. O Vinícius entrou em contato na sexta para pedir seguranças da Câmara. O Heitor deixou um telefone para contato, mas não entrou em contato para solicitar qualquer medida protetiva. Vamos discutir o assunto com responsabilidade e aguardar a apuração criteriosa da Polícia Civil sobre o caso", disse.

A ocorrência que resultou na morte de Witeze foi registrada na 110ª Delegacia de Polícia, em Teresópolis. Segundo a Polícia Civil, uma testemunha que estava com a vítima disse que não houve interferência de terceiros no acidente.

O relator do processo no colegiado, vereador Chico Alencar (PSOL), disse que é necessário apurar todas as circunstâncias do acidente. O objetivo é tranquilizar os familiares de Vinícius, as testemunhas do caso e o próprio vereador Gabriel Monteiro.

"Consideramos que esse fato precisa ser rigorosamente apurado. Esse acidente tão próximo do depoimento precisa ser elucidado. As pericias no local e no automóvel são fundamentais. É preciso ainda uma investigação para apurar os últimos contatos dele desde o depoimento, as condições do carro, o nome da acompanhante e o que ela relatou, quais foram os postos de gasolina em que Vinícius parou no caminho, enfim, todas as circunstâncias. É um direito da família do Vinícius que sofreu essa perda súbita. A elucidação tranquiliza os novos depoentes, que também conviveram com o Gabriel", contou.

Velório e homenagem

O corpo do ex-assessor foi sepultado nesta segunda-feira, no Cemitério Municipal de Mesquita, na Baixada Fluminense. Durante o velório, o advogado de Gabriel Monteiro, Gustavo Lima, um dos colegas de Witeze na Câmara e no ativismo político, foi recebido com vaias e gritos de "traíra". Ele deixou o local.

O pai de Vinícius, Roberto Witeze, fez uma homenagem para o filho nas redes sociais. "Tá doendo muito. Fique em paz, meu guerreiro! O céu é sua morada e já está nos braços do nosso Salvador. Obrigado por tudo, meu filho. Orgulho de ser seu pai aqui na Terra. Até um dia! Te amo! ", escreveu na legenda de uma publicação.

Estadão
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