Script = https://s1.trrsf.com/update-1727287672/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Contra alta de juros, Caixa pedirá entrada maior no crédito imobiliário

Linhas de crédito imobiliário que usam recursos da poupança terão as regras alteradas a partir de 1º de novembro

15 out 2024 - 09h38
Compartilhar
Exibir comentários

A Caixa Econômica Federal está recalibrando as regras do financiamento imobiliário na tentativa de evitar uma elevação imediata das taxas de juros. O cenário reflete a escassez de recursos da caderneta de poupança, bem como as condições mais restritas para emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) - essas são as duas principais fontes de recursos para abastecer os financiamentos. Portanto, a estratégia de curto prazo é focada em endurecer as condições de acesso ao crédito para os compradores de imóveis. Já se houver melhora na captação de recursos ano que vem, essa política pode ser revista.

As linhas de crédito imobiliário que usam recursos da poupança terão as regras alteradas a partir de 1º de novembro, apurou a Coluna. Nas linhas com tabela SAC, em que as parcelas caem ao longo do tempo, a entrada exigida subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. No sistema Price, em que as parcelas são fixas, a mudança será de 30% para 50% do valor do bem. Na prática, quem quiser financiar imóvel na Caixa terá de desembolsar uma entrada maior, pelo menos neste final do ano.

A medida é uma tentativa do banco de evitar uma alta dos juros cobrados dos clientes em um cenário de restrição do funding. Mais adiante, a Caixa pode afrouxar as regras novamente, dependendo da capacidade do banco de manter as emissões de LCI, justamente o que a gestão está buscando agora. A expectativa é que, no começo do ano que vem, a depender das condições de mercado, a regra para a tabela SAC possa voltar à anterior. Na Price, em que o banco leva mais tempo para receber o valor total do financiamento de volta, é mais difícil que a regra anterior retorne aos parâmetros de antes.

Demanda em Alta

Internamente, as medidas são encaradas como uma forma de manter o ritmo de crescimento no crédito imobiliário neste ano sem precisar aumentar os juros. No começo de 2024, a Caixa estimou que cresceria 12% no financiamento imobiliário. Até setembro, porém, já concedeu R$ 175 bilhões, aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 627 mil financiamentos de imóveis. A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou a marca de R$ 800 bilhões.

O ritmo está aquecido graças às linhas com recursos do FGTS, mas a poupança também tem contribuído para a aceleração. Com outros bancos de torneira fechada diante dos juros altos, os clientes estão "correndo" para a Caixa, que tem tomado medidas para financiar o máximo de pessoas possível com a menor taxa de juros que possa praticar.

Outro fator que joga contra a equação do crédito imobiliário é a velocidade de amortização da carteira, que subiu de 10 para 12 anos em média. Com a Selic a dois dígitos, os clientes preferem aplicar o dinheiro em títulos atrelados ao CDI a antecipar as parcelas do financiamento imobiliário, em que as taxas de juros estão abaixo disso.

Procurada, a Caixa informou que estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no País.

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade