Copom decide juros hoje (11), em derradeira reunião com Campos Neto à frente do BC
O Comitê de Política Monetária (Copom) faz, nesta quarta-feira (11), a última reunião de 2024. Já às 18h30, deverá ser anunciado o patamar em que deve fechar este ano a Selic, a taxa básica dos juros do país. Atualmente, o valor está em 11,25% ao ano.
Copom: última reunião de Campos Neto como presidente do BC
Esta reunião de quarta-feira também será a última de Roberto Campos Neto na presidência da autarquia. A partir de janeiro, o comando passará a Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e o primeiro presidente do Banco Central (BC) indicado pelo terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Também integrarão o Copom três novos diretores indicados pelo governo petista, aprovados pelo Senado nesta terça-feira (10).
O boletim Focus publicado na segunda-feira (9) apontou que o mercado, em uma média, vê os diretores do Banco Central (BC) colocando o pé no acelerador, subindo os juros em 0,75 ponto percentual, levando-os a 12% ao ano.
Se este percentual de aumento se concretizar, será a terceira vez seguida que o colegiado acelera o ritmo de aperto dos juros.
Por que a aceleração na alta dos juros é esperada?
O mercado financeiro está atento às possíveis acelerações nas altas dos juros pelo Copom. Principalmente, devido a fatores como instabilidade fiscal, variações cambiais e deterioração das expectativas de inflação.
A aceleração no ritmo de aumento da Selic é uma tentativa de ancorar as expectativas de inflação, reiterando o compromisso do Banco Central com a estabilidade dos preços.
Em entrevista para a CNN, Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Rena, disse que a aceleração é praticamente certa, uma vez que a manutenção do ritmo de 0,5% "seria muito mal recebida pelo mercado", pressionando ainda mais o câmbio, expectativas de inflação, curva de juros e as inflações implícitas.
"Em síntese, [a decisão por manter o ritmo de 0,5%] seria vista como um sinal de leniência e minaria os esforços da nova diretoria do BC de conquistar credibilidade", acrescentou Goldenstein.
Indicados para a Diretoria Colegiada do BC são aprovados pelo plenário do @SenadoFederal .
Gilneu Vivan, Izabela Correa e Nilton David devem assumir os cargos a partir de 1º de janeiro, após nomeação pelo Presidente da República.
Fotos: Edilson Rodrigues - Agência Senado pic.twitter.com/rXQej5pB9N
— Banco Central BR (@BancoCentralBR) December 10, 2024