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Coronavírus

AM estuda receber pacientes de outros Estados, diz Lima

Governador diz que vai esperar baixar a ocupação de leitos de UTI para iniciar ação com segurança

12 mar 2021 - 01h07
(atualizado às 07h34)
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Após enfrentar um colapso no sistema de saúde pela explosão de internações entre janeiro e fevereiro, o Amazonas agora estuda receber pacientes infectados pelo coronavírus de outros Estados. As duas primeiras transferências de Rondônia foram feitas na última semana. Segundo o governador Wilson Lima (PSC), o Amazonas também pode receber pacientes do Acre e de Roraima. "Mas ainda precisamos baixar a ocupação de leitos de UTI para fazer a ação com segurança", disse Lima ao Estadão.

No auge da crise sanitária, o Amazonas chegou a fazer 542 transferências a hospitais de outros Estados. O caminho inverso foi chamado de "Operação Gratidão". O Estado está com ocupação de cerca de 55% dos leitos clínicos e 85% das UTIs.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC)
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC)
Foto: Diego Peres / Secom-AM / Reprodução / Estadão

Em audiência na manhã desta quinta-feira, 11, no Senado, Lima alertou que outros Estados podem enfrentar o mesmo colapso visto no Amazonas, com a falta de oxigênio, equipes médicas, medicamentos de UTI e espaços de internação. Segundo Lima, a "medida efetiva" para reduzir as internações foi restringir a circulação de pessoas.

Segundo a secretaria de saúde do Amazonas, ainda não há data para as transferências iniciarem. "Nesse momento, a prioridade das vagas na rede estadual ainda é para os pacientes do interior do Amazonas", diz a pasta em nota.

O colapso no Estado também gerou crise no governo Jair Bolsonaro. Há um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre suposta omissão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para evitar. O general nega as acusações.

Na mesma audiência com senadores, outros governadores relataram que o sistema de Saúde não está dando conta do avanço da doença. "Estamos dentro de colapso na rede nacional. Já há fila gigante, algo como 30 mil a 40 mil pessoas na fila por um leito, gente morrendo sem respirador", disse o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que o momento é de "desespero" e cobrou que o Ministério da Saúde centralize a compra de insumos e vacinas para "evitar esse leilão, essa chantagem que governadores sofrem".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) disse que há agora "algum otimismo" para a compra das vacinas pelo ministério. Ele afirmou que hoje a pasta deve fechar contrato com a Pfizer. "Começamos a reagir com inteligência, eficácia, na aquisição destas doses de vacinas", declarou Pacheco.

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), também pediu a compra centralizada de vacinas. Afirmou que risco de atrapalhar a logística de imunização, caso compras paralelas sejam feitas por Estados e municípios. Disse ainda que preços podem subir e alertou sobre risco de ofertas falsas. "A gente percebeu, em notícias, organismos tentando comprar (vacinas) por terceiros não autorizados pelos fabricantes", afirmou. Como revelou o Estadão, centenas de prefeitos de Santa Catarina negociam a compra da vacina Sputnik V por meio de uma intermediária da Bulgária que promete milhões de doses, entrega rápida e preço baixo, mas não tem aval do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) para esta negociação.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que fabricantes só tem doses disponíveis ao Ministério da Saúde. "Temos tentado articulação de compra direta. Mas é uma dificuldade internacional. A prioridade é para compra de países", afirmou.

Governadores também cobraram, na reunião, que o ministério amplie o repasse de verbas para custeio de leitos de UTI.

Estadão
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