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Coronavírus

Associação médica pede proibição de remédios do "kit covid"

A AMB afirmou que os remédios hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina deve ser banida do combate a covid

23 mar 2021 - 18h39
(atualizado às 18h46)
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A Associação Médica Brasileira (AMB), entidade que reúne mais de 80 sociedades de especialidades e órgãos federados do país, se manifestou nesta terça-feira contra o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, como hidroxicloroquina e ivermectina, no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.

Em boletim de seu comitê de monitoramento da pandemia, a AMB afirmou que a utilização dos medicamentos hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina deve ser banida do combate à pandemia, destacando que esses remédios não possuem eficácia científica comprovada no tratamento ou prevenção da covid-19.

Presidente Jair Bolsonaro com caixa de hidroxicloroquina no Palácio da Alvorada, em Brasília 
23/07/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro com caixa de hidroxicloroquina no Palácio da Alvorada, em Brasília 23/07/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Alguns desses medicamentos, que fazem parte do que ficou conhecido como "kit covid", têm sido indicados pelo presidente Jair Bolsonaro desde o início da pandemia, no que é chamado de tratamento precoce da doença causada pelo coronavírus.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira afirmou que pacientes têm ido para a fila de transplante de fígado após o uso do "kit covid", dos quais pelo menos três morreram.

Em sua nota, a AMB alertou ainda que os pacientes com suspeita ou covid-19 confirmada não devem se automedicar, indicando que fármacos --em especial corticoides, como dexametasona e predinisona-- utilizados fora do período correto podem piorar a evolução da doença.

"Aos médicos, reafirmamos que o uso de corticoides e anticoagulantes devem ser reservados exclusivamente para pacientes hospitalizados e que precisem de oxigênio suplementar, não devendo ser prescritos na covid leve", acrescentou.

"Fake news desorientam pacientes", disse a AMB.

Na semana passada, a Justiça Federal determinou que o governo federal abstenha-se de veicular peças publicitárias sobre o enfrentamento à covid que sugiram à população comportamentos que não estejam estritamente embasados em diretrizes técnicas e científicas.

Em sua nota desta terça-feira, a AMB ainda defendeu a vacinação em masssa com celeridade como medida ideal para controle da velocidade de propagação do vírus, e disse que o isolamento social é fundamental para conter sua disseminação, agravada pela variante inicialmente detectada em Manaus.

O Brasil passa atualmente por seu pior momento na pandemia, com marcas recordes de casos, óbitos e taxas de ocupação nos hospitais. Conforme números de segunda-feira do Ministério da Saúde, o país possui mais de 12 milhões de casos confirmados de coronavírus e cerca de 295 mil mortes por covid-19.

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