Ativistas socorrem animais abandonados na América Latina
Ativistas têm recolhido animais abandonados por tutores que temem ser infectados pelo coronavírus; não há evidências de transmissão
Ativistas têm enfrentado dificuldades para abrigar e alimentar animais abandonados por donos que temem, equivocadamente, que seus bichos de estimação os infectem com o coronavírus ou que não conseguem alimentar os animais em meio a medidas de isolamento que causam aumento do desemprego em países da América Latina.
Os defensores dos animais na Colômbia dizem que a quarentena nacional que começou em março e vai até 27 de abril está provocando abandonos de animais de estimação.
"Devido a notícias falsas e pânico causado por informações erradas, há pessoas que abandonam seus animais de estimação", disse Andrea Padilla, eleita como conselheira dos direitos animais em Bogotá.
Alguns usuários de mídias sociais divulgaram boatos de que animais de estimação podem infectar humanos com covid-19, levando o Ministério da Saúde da Colômbia a dizer que não há evidências suficientes para as alegações.
"No momento, estou respondendo a mais ou menos 150 mensagens de WhatsApp por dia", disse Padilla. Os pedidos de alimentos para animais e relatos de abandono dobraram durante a quarentena, acrescentou.
Blanca Rodríguez, que administra um abrigo de animais no bairro de Usme, agora cuida de duas dúzias de gatos e até 60 cães depois de receber mais 10 animais desde o início da quarentena.
Na Bolívia, Sergio Flores, dono de um abrigo de animais nos arredores de La Paz, diz que o isolamento está trazendo "animais de todo o lugar".
Ativistas estão saindo às ruas para alimentar animais abandonados que geralmente dependem de restos, disse Maria Luz Menacho, que resgata animais em La Paz.