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Coronavírus

Banco Mundial prevê queda de 8% do PIB do Brasil em 2020

Sob os efeitos da crise provocada pela pandemia de covid-19, a retração na atividade econômica global deve chegar a 5,2%

8 jun 2020 - 12h32
(atualizado às 12h35)
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A pandemia do novo coronavírus levará a atividade econômica no Brasil a encolher 8% em 2020, prevê o Banco Mundial em novo relatório divulgado nesta segunda-feira, 8. Uma queda dessa magnitude seria a maior em 120 anos, período para o qual o instituto oficial de estatísticas, o IBGE, tem dados sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) do País.

Banco Mundial prevê queda de 8% do PIB do Brasil em 2020
Banco Mundial prevê queda de 8% do PIB do Brasil em 2020
Foto: fdr

O tombo da economia brasileira é apenas uma das inúmeras faces da "recessão severa" que o Banco Mundial antevê no cenário global por causa da covid-19. A necessidade de isolamento social obrigou diversos países a impor medidas de fechamento temporário de escolas, parques e estabelecimentos comerciais, com reflexos sobre a produção, a renda e o emprego.

Nas projeções do Banco Mundial, o "choque rápido e maciço" da pandemia e as medidas de bloqueio total para contê-la levarão a economia global a encolher 5,2% neste ano.

"Isso representaria a recessão mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial, com a maior proporção de economias desde 1870 a experimentar declínio do produto per capita", afirma a instituição na publicação Global Economic Prospects, sobre perspectivas econômicas globais. Segundo o relatório, mais de 90% de 183 economias devem experimentar uma retração devido à covid-19, uma proporção maior até do que na grande depressão da década de 1930 (quando ficou em 85%).

A expectativa de queda para a renda per capita é de 3,6%, o que levará milhões de pessoas à situação de pobreza extrema neste ano, prevê o Banco Mundial.

No diagnóstico dos economistas da instituição, o golpe afeta mais os países onde a pandemia foi mais grave e onde há forte dependência do comércio global, do turismo, da exportação de produtos primários e do financiamento externo. Embora a magnitude dos distúrbios varie de uma região para outra, as economias emergentes apresentam vulnerabilidades que são intensificadas por choques externos. Maior informalidade no mercado de trabalho é uma delas.

"Além disso, interrupções no sistema escolar e no acesso à atenção de saúde primária provavelmente terão impactos duradouros no desenvolvimento do capital humano", diz o Banco Mundial.

"Trata-se de uma perspectiva profundamente desanimadora, com a probabilidade de a crise causar cicatrizes duradouras e impor grandes desafios globais", disse a vice-presidente de Crescimento Equitativo, Finanças e Instituições do Grupo Banco Mundial, Ceyla Pazarbasioglu. "Nossa primeira ordem do dia é fazer face à emergência global de saúde e econômica. Além disso, a comunidade global deve unir-se para encontrar maneiras de reconstruir a recuperação mais robusta possível para evitar que mais pessoas caiam na pobreza e no desemprego."

Para 2021, o Banco Mundial fixou algumas projeções de referência, que pressupõem que a pandemia se atenue o suficiente para permitir a suspensão das medidas de mitigação do contágio pela doença até meados do ano nas economias avançadas e um pouco mais tarde nos emergentes, que os efeitos secundários globais adversos atenuem no segundo semestre deste ano e que os deslocamentos dos mercados financeiros não sejam duradouros. Nesse cenário, o crescimento global deve ser de 4,2% em 2021, mas menos intenso no Brasil, com alta de 2,2%.

"No entanto, as perspectivas são extremamente incertas, com o predomínio de riscos no sentido descendente, incluindo a possibilidade de uma pandemia mais prolongada, instabilidade financeira e retração do comércio global e cadeias de suprimento", reconhece o Banco Mundial. Segundo a instituição, um cenário mais negativo poderia acarretar uma redução da economia global em até 8% neste ano, seguida de uma recuperação lenta em 2021 de apenas 1%.

O relatório defende ainda que economias emergentes e em desenvolvimento com espaço fiscal disponível e condições de financiamento economicamente acessíveis deveriam avaliar "estímulos adicionais", se persistirem os efeitos da pandemia.

"Isto deveria ser acompanhado de medidas para ajudar a restaurar a sustentabilidade fiscal de médio prazo, incluindo medidas que fortaleçam os quadros fiscais, aumentem a mobilização de receita interna e eficiência das despesas, e elevem a transparência fiscal e da dívida. A transparência quanto a todos os compromissos financeiros, investimentos e instrumentos como a dívida pública é um passo essencial para criar um clima de investimento atraente e poderia ter progresso substancial este ano", diz o documento.

Estadão
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