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Coronavírus

Bolsonaro alfineta ministros: "A hora deles vai chegar"

Apesar de não citar nomes, o presidente teria se referindo a Luiz Henrique Mandetta, por estar "se achando" e ter "virado estrela"

6 abr 2020 - 07h44
(atualizado às 08h19)
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O presidente Jair Bolsonaro disse a um grupo de apoiadores evangélicos no domingo que alguns de seus ministros estão "se achando" e viraram estrelas, ao mesmo tempo que alertou que "a hora deles vai chegar" e que não tem medo de usar sua caneta.

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva em Brasília
18/03/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva em Brasília 18/03/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O presidente não citou nomes, mas as declarações vêm em meio a divergências públicas entre Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por causa da pandemia de coronavírus. Bolsonaro tem defendido o fim do isolamento social de toda a população e que apenas integrantes dos grupos de risco fiquem em casa para conter a disseminação do vírus.

Mandetta, por sua vez, tem defendido o isolamento da população para dar tempo de o sistema de saúde se preparar para o pico da pandemia, contrariando o desejo do presidente. Ele também recomendou à população que siga as orientações dos governadores na crise, apesar de Bolsonaro ser crítico ferrenho das medidas de restrição à circulação adotadas pelos chefes dos Executivos estaduais.

"Algumas pessoas do meu governo, subiu à cabeça deles, estão se achando. Eram pessoas normais, mas de repente viraram estrelas, falam pelos cotovelos, tem provocações", disse o presidente ao grupo de evangélicos no domingo em frente ao Palácio da Alvorada.

"Mas a hora deles não chegou ainda não, vai chegar a hora deles, porque a minha caneta funciona. Não tenho medo de usar a caneta, nem pavor, e ela será usada para o bem do Brasil, não é para o meu bem. Nada pessoal meu", acrescentou Bolsonaro enquanto seus apoiadores respondiam "amém".

Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no domingo, o Brasil tem 11.130 casos confirmados de Covid-19, doença provocada pelo coronavírus, e 486 mortes.

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