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Coronavírus

Bolsonaro chama CPI de "Carnaval" e acusa governos de roubo

Presidente fez seu ataque mais direto a governadores, a quem acusou, sem provas, de terem roubado recursos destinados ao combate à pandemia

28 abr 2021 - 12h21
(atualizado às 12h52)
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O presidente Jair Bolsonaro fez nesta quarta-feira seu ataque mais direto a governadores, a quem acusou, sem provas, de terem roubado recursos federais destinados ao combate à pandemia de covid-19 e ironizou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado para investigar a gestão da pandemia.

Foto: Claudio Reis/Framephoto / Estadão Conteúdo

"A CPI vai investigar o quê? Eu dei dinheiro para os caras, pô! O total foram mais de R$ 700 bilhões, o auxílio emergencial no meio. Os caras roubaram o dinheiro, desviaram, agora vem uma CPI para investigar conduta minha?", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada sem apresentar quaisquer provas das acusações ou apontar quem seriam os autores dos alegados desvios.

O Palácio do Planalto conseguiu ampliar o escopo da CPI da Covid para incluir a investigação dos recursos federais enviados a Estados e municípios, em uma tentativa de desviar o foco das ações do governo federal. O escopo foi ampliado, mas o Senado não tem poder de investigar diretamente governadores, apenas o uso das verbas federais.

Irritado, Bolsonaro ironizou a atuação da CPI, que foi instalada na terça e já tem requerimentos de convocação de diversos ministros, inclusive o atual da Saúde, Marcelo Queiroga, e o da Economia, Paulo Guedes.

"A CPI vai chamar (governadores e prefeitos) ou vai querer fazer Carnaval fora de época? Vão se dar mal. Aqueles que estão com essa intenção... Lá tem gente bem intencionada, gente lá que..., não é que me defende, está falando a verdade. Mas tem um outro lá que quer fazer uma onda só", disse Bolsonaro.

O presidente voltou a dizer que não é culpado pelo desemprego no País, porque não determinou o fechamento de negócios ou políticas de lockdown, adotadas por Estados e municípios na tentativa de frear a disseminação da covid-19, que já matou mais de 395 mil pessoas no Brasil.

"Alguns acham que quem tirou emprego deles foi eu. Eu não fechei comércio, não determinei que ninguém ficasse em casa, não destruí empregos. Eu tinha minha linha, mas o STF determinou que governadores e prefeito podiam fazer o que bem entendessem. Estão fazendo", reclamou.

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