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Coronavírus

Bolsonaro diz que CoronaVac "não tem comprovação científica"

Na semana anterior, presidente já havia afirmado que imunizantes estavam em "fase experimental" no Brasil

16 jun 2021 - 01h17
(atualizado às 13h38)
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 16, que a CoronaVac, vacina contra covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, "não tem comprovação científica ainda". A CoronaVac, porém, já passou pelos testes de fase três e teve o uso emergencial aprovado não só pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 17 de janeiro, mas também pela Organização Mundial da Saúde (OMS), após apresentar dados de eficácia.

Jair Bolsonaro voltou a atacar as vacinas
Jair Bolsonaro voltou a atacar as vacinas
Foto: Adriano Machado / Reuters

As afirmações de Bolsonaro foram feitas em entrevista concedida na noite desta terça à SIC TV, afiliada da Record, em Rondônia. O presidente ainda disse que a vacina da Pfizer teria "mais credibilidade do que a que foi e está sendo distribuída aqui". Era uma referência à CoronaVac, o primeiro imunizante aplicado no País e distribuído hoje em volume de doses muito maior em relação às do laboratório americano.

Apesar de relatar a "credibilidade" da vacina da Pfizer, Bolsonaro e seu governo demoraram meses para responderem às ofertas feitas pela farmacêutica. Na semana passada, ao participar de um culto evangélico em Anápolis (GO), o presidente defendeu novamente o uso da cloroquina e alegou que as vacinas no Brasil ainda estariam em "fase experimental". Não há, porém, imunizante em fase experimental no País.

Em novo aceno à sua base mais radicalizada, o presidente voltou a pregar nesta terça-feira o "tratamento precoce", que consiste na utilização de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19. "A indústria farmacêutica não se preocupa com remédios que são baratíssimos; se preocupa com vacinas, que são caras", disse Bolsonaro. "Sempre defendemos o tratamento precoce após ouvir médicos."

Questionado sobre a possibilidade de o Ministério da Saúde atender à demanda por um parecer que libere a necessidade do uso de máscaras por pessoas vacinadas e já infectadas - hipótese aventada na semana passada e criticada por especialistas - Bolsonaro recorreu à ironia. "Quem não dispensar a pessoa que está vacinada de usar máscara é negacionista, não acredita na vacina", respondeu. Em seguida, disse que as multas para quem é flagrado sem usar máscaras no Estado São Paulo tornaram-se um "negócio lucrativo" para o governador João Doria (PSDB). No sábado, Bolsonaro foi multado por participar em São Paulo de passeio de moto - a chamada "motociata" - sem máscara de proteção facial.

"CPI capenga"

Bolsonaro também fez novas críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. "Nasceu capenga, a começar pelo presidente Omar Aziz, cuja esposa foi presa. O relator é Renan Calheiros, que tem inquéritos no Supremo", afirmou.

O presidente chamou de "louvável" o posicionamento de sua tropa de choque no colegiado, citando nominalmente os senadores Marcos Rogério (DEM-RO), Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS) e Jorginho Mello (PL-SC).

Na mesma linha do ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo, que depôs nesta terça-feira à CPI, Bolsonaro negou ter culpa na crise do oxigênio vivida no Estado. "A curva de infectados subiu assustadoramente, ninguém poderia adivinhar. Agora virou briga política no Estado, Omar Aziz e Eduardo Braga (líder do MDB) querem arrumar uma maneira de prejudicar o governador (do Amazonas, Wilson Lima, do PSC)."

Estadão
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