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Coronavírus

Bolsonaro diz que não é preciso ter pavor do coronavírus

Mesmo com 84 mil mortes, o presidente Jair Bolsonaro ainda minimiza o potencial do novo coronavírus e defende o fim do isolamento social

23 jul 2020 - 20h51
(atualizado às 21h17)
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Presidente Jair Bolsonaro gesticula para apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília
22/07/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro gesticula para apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília 22/07/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que não é preciso ter pavor em relação ao novo coronavírus e voltou a defender que se repense a política de isolamento social, no dia em que o Brasil ultrapassou 84 mil mortos pela Covid-19 e registrou quase 60 mil novos casos da doença.

Em transmissão feita pelas redes sociais, Bolsonaro --que há duas semanas divulgou teste positivo para a doença causada pelo novo coronavírus-- afirmou estar se sentindo bem, disse que está "praticamente preso" numa sala no Palácio da Alvorada e argumentou que se o isolamento social adotado por Estados e municípios para frear a disseminação da doença continuar o Brasil vai se tornar um país de miseráveis.

"Estou muito bem... Não precisa ter pavor no tocante ao vírus", disse.

"Estou vendo já, assisto televisão o dia todo, está sempre ligado, acompanho aqui um pouco da nossa imprensa e estou vendo autoridades de dentro e de fora do Brasil dizendo que esta pandemia veio para ficar. Mas o povo tem que trabalhar, meu Deus do céu! As consequências de não trabalhar vão ser muito piores do que aquela proporcionada pelo próprio vírus", completou.

O Brasil só está atrás dos Estados Unidos em número de infectados e mortos por Covid-19 e continua a registrar números elevados da doença.

Na transmissão, Bolsonaro defendeu que nas eleições municipais se pergunte aos candidatos a prefeito e a vereador sobre o que vão fazer em relação ao que chama de "política restritiva", se vão ou não manter a "mesma linha" adotada pelos atuais governantes e legisladores.

O presidente tem sido um dos grandes críticos da política de distanciamento social, tida por especialistas dentro e fora do país como uma das mais eficazes para combater o avanço do vírus.

Bolsonaro, no entanto, repetiu que não pretende se envolver nas eleições municipais.

"O Brasil tem problemas, tenho que estar preocupado com o desemprego que criaram, com essa política de todo mundo em casa, terror, pavor, 'vou prender', destruíram empregos no Brasil", afirmou, justificando o motivo por não participar do pleito.

Bolsonaro disse que o governo federal tem feito a sua parte, citando o auxílio emergencial aos vulneráveis para amenizar o impacto da pandemia no país. Mas frisou que continuar na política restritiva levará o Brasil a se tornar um país de miseráveis, virando terreno fértil para o socialismo.

Para o presidente, o pânico foi espalhado pela sociedade e não tem cabimento a política de isolamento da forma que tem sido feita. Reiterou estar preocupado com a vida, mas ressaltou mais uma vez que o "efeito colateral" da política de "todo mundo em casa" é muito pior que o vírus em si.

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