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Coronavírus

Bolsonaro diz que não houve agressão em manifestação: "Zero"

Apoiadores do presidente ofenderam grupo de 60 profissionais da saúde que fazia ato silencioso em homenagem a colegas que morreram de coronavírus

5 mai 2020 - 12h35
(atualizado às 12h56)
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Para o presidente, houve um "superdimensionamento" do episódio por causa da mídia
Para o presidente, houve um "superdimensionamento" do episódio por causa da mídia
Foto: Gabriela Biló / Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro minimizou, nesta terça-feira, 5, agressões e insultos feitos por apoiadores durante manifestações. Ele não deixou claro se falou de um ato específico. "Se houve agressão, foi verbal, coisa que eles fazem o tempo todo conosco. Houve zero agressão", afirmou Bolsonaro a uma mulher que tentou interromper um protesto de enfermeiros em Brasília na semana passada.

O ato silencioso foi feito por um grupo de 60 profissionais da saúde na última sexta, 1º, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, como uma homenagem aos colegas que morreram vítimas do novo coronavírus. Os enfermeiros também se posicionaram a favor do isolamento social e pediram melhores condições de trabalho.

A manifestação acabou em confusão após três apoiadores do presidente rodearem os manifestantes proferindo ofensas. Em certo momento, um homem chegou a segurar uma das enfermeiras com força e outras pessoas que tentaram contê-lo. O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) informou que identificou e vai processar os envolvidos. Um deles é o engenheiro Renan Sena, um dos organizadores dos atos de domingo contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Mandei levantar se houve corpo de delito (por parte dos enfermeiros), ele não pediu. Então, se houve agressão, foi verbal, coisa que eles fazem o tempo todo conosco. Houve zero agressão", disse Bolsonaro nesta terça-feira. Para o presidente, houve um "superdimensionamento" do episódio por causa da mídia. "O interesse deles é um só, que é tirar a gente daqui", afirmou o presidente.

No domingo, profissionais do jornal O Estado de S. Paulo que registravam a manifestação em frente ao Palácio do Planalto também foram alvo de apoiadores do presidente. O repórter fotográfico Dida Sampaio e o motorista Marcos Pereira foram agredidos fisicamente enquanto registravam a presença de Bolsonaro na rampa do Palácio do Planalto e tiveram de deixar o local escoltados pela Polícia Militar.

A mulher, que agrediu verbalmente enfermeiros que protestavam em Brasília, esteve no Alvorada para cumprimentar o presidente e pedir desculpas aos profissionais da saúde. Na semana passada, ela cercou os enfermeiros sem respeitar o distanciamento social e sem utilizar máscara.

Na ocasião, a mulher afirmou que os enfermeiros "vão pagar por tudo o que estão fazendo" e os chamou de "covardes". "No dia que os empresários pararem, você não recebe mais o seu salariozinho", afirmou a mulher a uma das enfermeiras.

Estadão
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