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Coronavírus

Bolsonaro evita comentar isolamento estendido nos EUA

Bolsonaro reforçou que está trabalhando com responsabilidade tanto em relação ao novo coronavírus quanto aos impactos na economia

30 mar 2020 - 10h29
(atualizado às 10h57)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro reagiu a críticas após ter saído às ruas na manhã de domingo, 29, na contramão de recomendações do Ministério da Saúde.

"Atiram numa pessoa só. O alvo sou eu. Se o Bolsonaro sair e entrar o (Fernando) Haddad (PT, candidato derrotado por Bolsonaro em 2018) ou outro qualquer, está resolvido o problema. Esta realidade tem que ser mudada", disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada nesta segunda-feira, 30.

O presidente também evitou comentar a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de mudar o rumo no combate à covid-19. Trump estendeu o isolamento social no país norte-americano até o dia 30 de abril. "Eu vou não vou discutir. Brasil é diferente de qualquer outro país", declarou Bolsonaro.

Bolsonaro reforçou que está trabalhando com responsabilidade tanto em relação ao novo coronavírus quanto aos impactos na economia. A apoiadores, ele declarou que é preciso resolver o problema e, com ironia, questionou se seria necessário trocar o presidente da República.

"Parece que o problema é o presidente. É que o presidente tem responsabilidade, tem que decidir. Não é apenas a questão de vida, é a questão da economia também, a questão do emprego. Se o emprego continuar sendo destruído da forma como está sendo, mortes virão outras por outros motivos", declarou, citando depressão e suicídio.

No domingo, Bolsonaro foi às ruas de Brasília um dia após o seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pedir, em reunião tensa noticiada pela colunista do Estado Eliane Cantanhêde, que o presidente não menosprezasse a gravidade da pandemia em suas manifestações públicas. A ida de Bolsonaro a comércios da capital causou aglomerações de pessooas que queriam tirar selfies com o presidente.

"O que eu tenho conversado com o povo: eles querem trabalhar. É o que eu tenho falado desde o começo. Vamos tomar cuidado, a partir dos 65 fica em casa...", disse o presidente.

Presidente da República Jair Bolsonaro acompanhado do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em encontro oficial realizado no início de março.
Presidente da República Jair Bolsonaro acompanhado do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em encontro oficial realizado no início de março.
Foto: Alan Santos/ PR/ Flickr Planalto / Reprodução

TWITTER

No domingo, 29, dois vídeos postados na conta oficial de Bolsonaro no Twitter foram excluídos à noite por violar as regras da rede social. Nas postagens, o presidente aparece descumprindo orientações do Ministério da Saúde, pedindo que a população volte à vida normal e o comércio seja aberto.

Ele não quis comentar a decisão da rede social. "Eu não vou discutir. É uma empresa particular", respondeu a jornalistas quando questionado.

DECRETO

Bolsonaro repetiu que pensa em editar um decreto para liberar ao trabalho pessoas cujas atividades sejam consideradas essenciais durante a pandemia de covid-19. Ele não garantiu, porém, se realmente e quando publicará o ato. "Se o Brasil continuar tendo seus empregos destruídos, vocês vão ver a desgraça que vai se abater sobre o País", disse

Nos últimos dias, o presidente da República vem criticando governadores por determinarem o fechamento de estabelecimentos comerciais e outras empresas durante a pandemia do novo coronavírus. Nesta segunda, ele voltou a falar do risco de um "caos" no País e de "oportunistas " chegarem a poder "e nunca mais saírem". O impacto econômico de medidas restritivas, destacou, "já chegou no limite".

Quando perguntado sobre detalhes do possível decreto, Bolsonaro classificou como atividade essencial "todo mundo que precisa levar um prato de comida para casa. No domingo, 29, ele saiu às ruas e visitou comércios. Reagindo às críticas, declarou que não foi "passear", mas, "ver o povo".

Informais. Nesta segunda-feira, 30, o Senado vota a proposta que garante um vale de R$ 600 para trabalhadores informais e desempregados. Bolsonaro afirmou que, com a aprovação do projeto, o pagamento do "voucher" vai ser operacionalizado pelo governo "o mais rápido possível".

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