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Coronavírus

Bolsonaro: não queremos nº mentirosos para manchetar jornais

Discurso ocorre no momento em que o governo é alvo de críticas por alterar o critério para a contagem dos óbitos

9 jun 2020 - 15h02
(atualizado às 16h20)
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Foto: fdr

No dia em que o País registra mais de 37 mil mortes por novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira, 9, que quer o número "limpo" dos registros da doença no Brasil. A fala ocorre no momento em que o governo é alvo de críticas por mudar os critérios para a contagem dos óbitos. A divulgação passou a ser feita com base na data de ocorrência dos óbitos e não pela data de notificação, com vinha acontecendo desde o início da pandemia e critério usado por praticamente todos os países.

"Queremos o número limpo que sirva para prognóstico e não que apenas sirva para inflar e dar notícias em órgãos de imprensa. Cada Estado que mandar os números será trabalhado e divulgar. Não queremos números mentirosos que servem para inflacionar essa questão, e de manchete para o jornal. Esses números têm que servir para alguma coisa e não para dar manchete de jornal", disse Bolsonaro após reunião ministerial, no Palácio da Alvorada.

O Brasil registra 719.449 casos confirmados de covid-19 e 37.840 óbitos pela doença, segundo levantamento conjunto feito pelos veículos de comunicação Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL e divulgado nesta terça-feira, 9.

Ontem, o Estadão/Broadcast mostrou que as mudanças na forma de contagem ocorreram após determinação de Bolsonaro para que o número de morte pelo coronavírus ficasse abaixo de mil por dia. Segundo fontes, para se enquadrar no limite imposto pelo chefe do Executivo, a solução foi separar os óbitos ocorridos nas últimas 24 horas das mortes de datas anteriores, mas que só foram confirmadas naquele período.

Até a semana passada, o Ministério da Saúde somava todas as mortes confirmadas em um mesmo dia, independentemente de quando ela havia ocorrido.

Ministro

O presidente Jair Bolsonaro indicou hoje que não tem pressa para indicar um substituto para o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele chegou a dizer, inclusive, que Pazuello pode ficar permanentemente na função.

Pouco antes, na reunião, Pazuello disse que os dados passarão a ser atualizados constantemente no sistema da Saúde que é aberto para a população. "Os dados são completos, estamos falando de óbitos desde o primeiro dia", afirmou. "Quer somar (todos os dados)? Já está somado embaixo, é só olhar a soma. Quer ver por milhão (de habitantes)? Está colocado. Todos os dados de novos contaminados também estão desde o primeiro dia", declarou o ministro interino.

De acordo com ele, "quando você tinha o dado de 15 estados e colocava como dado do Brasil, era um dado que não era fidedigno". "Precisamos ter os dados completos", afirmou. "É 100% ao contrário do que está se discutindo em mídia. Estamos trabalhando para mostrar 100% dos dados."

Estadão
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