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Coronavírus

Bolsonaro se solidariza com familiares de mortos por covid-19, após polêmico "e daí?"

Presidente continuou fazendo críticas as medidas de isolamento social

30 abr 2020 - 21h39
(atualizado em 1/5/2020 às 08h30)
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Dois dias depois de reponder "e daí?" quando questionado sobre o recorde do número de mortes por coronavírus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou uma live nesta quinta-feira, 30, para expressar solidareidade aos parentes que perderam pessoas em função da pandemia, embora tenha voltado a criticar as medidas de isolamento social.

"Encerrando a live, nossa solidariedade aos familiares que perderam os seus entes queridos. São seres humanos e não interessa se tinham comorbidade ou uma idade", disse ele, em transmissão semanal pelas redes sociais.

O presidente afirmou ficar "realmente abatido" pelas pessoas que perdem entes queridos e, a título de exemplo, disse esperar que sua mãe, com 93 anos, viva ainda muitos anos.

16/04/2020
REUTERS/Adriano Machado
16/04/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A fala de solidariedade do presidente, que foi repetida algumas vezes durante a transmissão, contrasta com a maneira como ele tratou o recorde de mortes por coronavírus registrados em 24 horas anunciado na terça-feira.

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", respondeu o presidente a jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada, fazendo referência ao seu nome do meio. A declaração dele gerou fortes críticas.

Ainda assim, o presidente voltou a criticar medidas mais drásticas de isolamento social tomadas por governadores e prefeitos e chegou a questionar a eficácia delas. Essa posição, contudo, contraria frontalmente o que tem sido preconizado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Pelo que parece, pelo que estamos vendo agora, todo o empenho para achatar a curva praticamente foi inútil", disse sem nenhuma base científica. "Agora, consequência disso, efeito colateral disso? Desemprego. O povo quer voltar a trabalhar."

Segundo o presidente, "infelizmente" 70% da população será infectada. Ele disse que os problemas da "segunda onda" que ele falava desde lá detrás e que era duramente criticado --o desemprego decorrente da redução da atividade econômica-- estão chegando.

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