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Coronavírus

Brasil supera EUA em mortes de covid por 100 mil habitantes

Especialistas avaliam que comparação por população funciona melhor no final da pandemia

26 ago 2020 - 11h12
(atualizado às 11h16)
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Desde a metade de junho, o Brasil tem ocupado o segundo lugar em número de mortes absolutas pela covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, 26, o País superou os norte-americanos em outro recorte estatístico: o número de mortes causadas pelo novo coronavírus por 100 mil habitantes. De acordo com os números da Johns Hopkins University, referência mundial no estudo da pandemia, o Brasil apresenta 55,05 mortes e os Estados Unidos, 54,18. O Brasil ocupa o 10º lugar no ranking.

Agentes sepultadores com trajes de proteção durante pandemia de Covid-19 no cemitério de Vila Formosa, em São Paulo
27/06/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Agentes sepultadores com trajes de proteção durante pandemia de Covid-19 no cemitério de Vila Formosa, em São Paulo 27/06/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

No estudo que aponta a relação dos óbitos e a população de cada país, o ranking da universidade norte-americana aponta San Marino na liderança com 124,32 mortes a cada 100 mil habitantes. Em seguida vem a Bélgica (87,51), Peru (86,48), Andorra (68,83) e Reino Unido (62,44). Depois de superar os Estados Unidos, o Brasil está próximo dos números da Suécia (57,08) e Itália (58,65).

Médico da Clínica de Epidemiologia do Hospital Universitário da USP, Marcio Bittencourt afirma que os números são significativos. "Os dados mostram que estamos progredindo mais rápido que os Estados Unidos no momento, mesmo com o ajuste populacional", opina.

O especialista destaca, no entanto, que a comparação por índice populacional traz maior assertividade quando feita no final da pandemia. "É uma comparação limitada quando feita durante a progressão do surto. O índice por população somente é útil para a comparação de índices estáveis, como mortes por doenças crônicas. No caso de doenças agudas, ele só permite uma comparação adequada após o término da pandemia", avalia.

Paulo Lotufo, epidemiologista da USP, explica que a comparação com outros países tem de ser feita com cautela por causa dos momentos diferentes que cada um atravessa no enfrentamento da pandemia. Enquanto na Europa as curvas apontam para uma queda significativa do número de casos e mortes, o Brasil ainda enfrenta uma situação difícil, com média de cerca de mil mortes registradas por dia. "Bélgica, Itália e Suécia já retornaram à normalidade. Por outro lado, Brasil, Índia, EUA e México têm movimento ascendente de mortes", exemplifica. "Por isso, não dá para comparar", conclui.

Na semana passada, a pandemia parecia dar os primeiros indícios de desaceleração no Brasil. De acordo com dados do centro de controle de epidemias do Imperial College London, a taxa de contágio (Rt) no país foi de 0,98, número que indica para quantas pessoas um paciente infectado consegue transmitir o novo coronavírus. O dado significa que 100 pessoas contaminadas contagiam outras 98 que, por sua vez, passam a doença para outras 96 e assim sucessivamente. Nesta semana, no entanto, o índice voltou para 1, o que indica que o momento de desaceleração não se manteve por duas semanas seguidas.

Conforme os dados do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, o país registrou 1.215 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 116.666 óbitos na noite desta terça-feira. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 950 óbitos, uma variação de -3% em relação aos dados registrados em 14 dias.

Estadão
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