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Coronavírus

Butantã começa obra de fábrica que produzirá Coronavac

Obra será concluída somente no fim de 2021, quando já terá sido finalizado o processo de transferência de tecnologia da vacina

9 nov 2020 - 09h10
(atualizado às 09h13)
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O Instituto Butantã anuncia nesta segunda-feira, 8, o início das obras de reforma da fábrica que será responsável pela produção da Coronavac, vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com a instituição paulista. O anúncio será feito pelo governador João Doria no próprio instituto. A obra tem conclusão prevista para o final de 2021. Quando estiver pronta, a estrutura será capaz de produzir até 100 milhões de doses da vacina por ano.

A produção 100% local, portanto, só será possível a partir de 2022 e depende ainda do processo de transferência de tecnologia da Sinovac para o Butantã. Até lá, o instituto receberá doses prontas da China ou matéria-prima para que a produção seja apenas finalizada no Brasil.

Segundo Dimas Covas, diretor do Butantã, a fase da produção que será feita no Brasil engloba a formulação do produto, envase e rotulagem. Como o Butantã é produtor de outras vacinas, essas etapas podem ser feitas em outras fábricas do instituto já em funcionamento. "Nós temos duas linhas de produção de formulação e envase com capacidade para 1 milhão de doses por dia", disse ele ao Estadão.

Passará por esse processo a matéria-prima que o Butantã deverá receber da China nas próximas semanas para a produção de 40 milhões de doses. Outros 6 milhões de doses chegarão já prontas do país asiático.

O governador de São Paulo, João Doria, com Dimas Covas
O governador de São Paulo, João Doria, com Dimas Covas
Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação / Estadão Conteúdo

Covas explica que o processo completo de produção da vacina não é tão simples quanto a fase final. Ele envolve cultivo do vírus em células e posterior inativação do patógeno para ser usado no produto (a presença do vírus na vacina, ainda que morto, é o que leva ao desenvolvimento de anticorpos). "O ciclo completo de produção leva cinco meses", explica.

O Butantã recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar os produtos e insumos em outubro e agora aguarda trâmites das autoridades chinesas para que a encomenda seja enviada.

A produção em massa da Coronavac e vacinação da população, porém, ainda dependem do resultado final dos estudos clínicos do imunizante. O produto está na fase 3 de testes, na qual será verificado se ela tem, de fato, eficácia para proteger contra a doença. Os resultados são previstos pelo governo para o fim deste ano.

O governo de São Paulo já afirmou que a reforma da fábrica do Butantã custará cerca de R$ 160 milhões. A maior parte dos recursos virá de doações privadas. Embora em um primeiro momento ela deva ser dedicada totalmente para a produção da Coronavac, ela poderá ser usada para a produção de outros imunizantes também.

Estadão
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