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Coronavírus

Butantan pode rever prazo de entrega da CoronaVac, diz Doria

Governador voltou a atribuir o atraso na chegada dos insumos ao que chamou de mal-estar diplomático com a China gerado por Bolsonaro

12 mai 2021 - 09h38
(atualizado às 09h45)
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O Instituto Butantan pode rever a previsão de totalizar 100 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, entregues ao Ministério da Saúde até o final de setembro devido ao atraso na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da China, disse nesta quarta-feira o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

O governador de São Paulo, João Doria, acompanha, nesta quarta-feira (12), a liberação de um novo lote de doses da vacina do Instituto Butantan
O governador de São Paulo, João Doria, acompanha, nesta quarta-feira (12), a liberação de um novo lote de doses da vacina do Instituto Butantan
Foto: Rogério Galasse / Futura Press

Em entrevista coletiva na sede do instituto, para marcar a entrega de um lote de 1 milhão de doses da vacina ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do ministério, Doria voltou a atribuir o atraso na chegada dos insumos ao que chamou de mal-estar diplomático com a China gerado pelas declarações de autoridades do governo federal contrárias ao país asiático.

Segundo ele, a Sinovac tem prontos 10 mil litros de IFA para enviar ao Brasil, mas o embarque depende de uma autorização por parte do governo chinês, que ainda não aconteceu. Também existe a possibilidade de, uma vez autorizado o envio por Pequim, o volume autorizado ser inferior ao montante citado pelo governador, que equivale a 18 milhões de doses da vacina.

"O Instituto Butantan mantém sua previsão de entrega de 100 milhões de doses até 30 de setembro. Mas isso poderá ser revisto, poderá ser revisto pela falta de entrega de insumos", disse Doria.

O governador afirmou ainda que, na sexta-feira, o Butantan fará uma nova entrega de vacinas ao Ministério da Saúde, encerrando todo o processamento do IFA que tinha disponível, e que, a partir daí, a produção da fábrica do instituto, vinculado ao governo do Estado de São Paulo vai parar por falta de insumos.

"Ainda não temos informação e portanto ainda não há liberação desses insumos, o que nos deixa muito preocupados. Estamos chegando ao final da entrega, na sexta-feira, das doses dos insumos que recebemos há 17 dias passados. Se não recebermos mais insumos para mais vacinas, nós infelizmente teremos de parar a produção por falta de insumos", afirmou.

Ele disse ainda que o presidente do Butantan, Dimas Covas, participa nesta manhã de uma videoconferência com o embaixador do Brasil na China e reconheceu que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, tem atuado para, segundo ele, desfazer o mal-estar com os chineses e garantir a autorização para o envio do IFA da CoronaVac ao Brasil.

Com a entrega desta quarta, o Butantan ultrapassou a marca de 46 milhões de doses da CoronaVac entregues ao PNI. Segundo dados do Ministério da Saúde, a vacina chinesa, que está sendo envasada pelo Butantan, responde por 72,7% das doses aplicadas na campanha nacional de vacinação contra a Covid-19.

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