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Coronavírus

Campanha 'Legal pela Brasilândia' alcança meta de arrecadação durante pandemia de covid-19

ONG Banco de Alimentos, Instituto Stop Hunger e PLKC Advogados conseguiram mais de R$ 1 milhão para famílias em vulnerabilidade

2 set 2020 - 09h23
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Uma ação beneficente promove momentos de reflexão, sobretudo entre as pessoas que arrecadam e entregam as doações, como este relatado pela líder comunitária da Favela Capadócia. "Teve gente que falou: 'Vou comprar metade de mistura e metade vou fazer feira, porque faz tempo que eu não como uma fruta'. Foi muito emocionante, as famílias choraram", conta Roseani Ferreira, que mora na Brasilândia. A campanha 'Legal pela Brasilândia' começou em maio e tinha como objetivo alcançar R$ 1 milhão e ajudar as 10 mil famílias em vulnerabilidade que moram na região durante a pandemia do novo coronavírus. Em quatro meses, a ação ultrapassou a meta e contemplou 28 mil pessoas.

As regiões periféricas de São Paulo são as que mais registraram casos de coronavírus durante a pandemia. No entanto, a prefeitura ainda investiga as causas de mortes em cada distrito.

A campanha Legal pela Brasilândia foi organizada pela ONG Banco de Alimentos, o Instituto Stop Hunger e o escritório PLKC Advogados. Até o fim de agosto, a ação arrecadou R$ 1.001.018,08 e as famílias receberam cartão alimentação no valor de R$ 100. Até agora, 7.202 famílias obtiveram o seu cartão e outras 2.808 estão em processo de cadastramento. A campanha começou em maio e recebeu contribuições de 358 pessoas e de 24 empresas de diversas áreas, escritórios e entidades de advocacia.

Os cartões começaram a ser distribuídos em junho para serem usados na compra de alimentos e produtos de higiene no comércio local. Uma das ideias era justamente ajudar também esses pequenos comerciantes, que também foram bastante afetados pela queda brusca de movimento em função do isolamento social provocado pela pandemia.

Campanha 'Legal pela Brasilândia' atinge meta de arrecadação de R$ 1 milhão para famílias em vunerabilidade na região durante pandemia de covid-19
Campanha 'Legal pela Brasilândia' atinge meta de arrecadação de R$ 1 milhão para famílias em vunerabilidade na região durante pandemia de covid-19
Foto: Divulgação / Estadão

"Atingimos o nosso objetivo, agora precisamos trabalhar para esse movimento da filantropia no Brasil se torne um hábito de todos nós em prol das famílias e pessoas mais vulneráveis. É um ato de cidadania", avalia Priscila Pasqualim, sócia do PLKC Advogados, que tem um departamento voltado para a justiça social, o PLKC Solidariedade, do qual participam todos os seus integrantes, e de onde nasceu a ideia de abraçar a Vila Brasilândia.

Uma das colaboradoras da banca, moradora da região, fez um relato do dia a dia e das dificuldades que enfrentava. O PLKC Solidariedade começou a buscar informações sobre como seria a melhor forma de ajudar durante a pandemia de covid-19 e, nesse caminho, fez contato com a ONG Banco de Alimentos e com o Instituto Stop Hunger. Além disso os advogados e sócios resolveram mobilizar seus contatos e redes para que aderissem à causa. E deu certo. Vários escritórios de advocacia, entre eles Mattos Filho, Veirano, Demarest e Machado Meyer.

O Instituto Stop Hunger forneceu os cartões sem qualquer custo, enquanto o cadastro das famílias e a distribuição assim como a prestação de contas ficou a cargo da ONG Banco de Alimentos. O PLKC Advogados deu apoio jurídico e suporte financeiro para que o Banco de Alimentos pudesse fazer essa operação por pelo menos três meses.

"As coisas já estavam difíceis pra gente e, devido a esta pandemia ficou mais difícil ainda, mas graças às pessoas que estão nos ajudando, que estão correndo atrás, só tenho a agradecer", diz Ana Paula Góis dos Santos, do Centro de Convivência Vista Alegre.

"A campanha Legal pela Brasilândia foi um grande exemplo do que a sociedade civil pode fazer em prol de uma sociedade mais justa, humana e saudável em todos os sentidos. Esperamos que com a pandemia, que expôs várias mazelas, tenhamos alcançado um patamar no qual não haja retrocessos no entendimento de que todos somos responsáveis pela realidade à nossa volta. Se existem crianças mal alimentadas, é responsabilidade de todos nós," afirma Luciana Quintão, fundadora e presidente da ONG Banco de Alimentos.

Estadão
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