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Coronavírus

Caoa Chery e Mercedes-Benz cortam produção por falta de semicondutores

A fábrica do grupo brasileiro em Jacareí terá a produção suspensa em março e 450 funcionários ficarão em lay-off; já a fabricante de caminhões dará férias coletivas a 600 trabalhadores do ABC também no próximo mês

24 fev 2022 - 20h32
(atualizado às 20h48)
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A falta de componentes eletrônicos, principalmente semicondutores, levou mais duas montadoras a anunciarem medidas de redução de produção. A Mercedes-Benz dará férias coletivas a 600 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entre 14 e 25 de março. A Caoa Chery vai paralisar a produção em Jacareí (SP) por 45 dias e suspenderá os contratos (lay-off) de 450 trabalhadores a partir do dia 12.

A escassez global de semicondutores, problema deflagrado pela pandemia de covid, teve início há mais de um ano e, segundo dirigentes do setor automotivo, deve prosseguir até 2023.

Linha de produção da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo; montadoras ainda enfrentam escassez de insumos
Linha de produção da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo; montadoras ainda enfrentam escassez de insumos
Foto: Mercedez-Benz/ Divulgação / Estadão

Em nota, a Caoa Chery informa que a paralisação é para ajustar os estoques fabris de acordo com o mercado devido aos efeitos da variante Ômicron, que impactou a cadeia de suprimentos e, consequentemente, o abastecimento da planta.

O grupo brasileiro diz ainda que, durante esse período, a unidade passará por atualizações na linha de produção para receber novos modelos previstos para 2022. A saída e o retorno dos trabalhadores em lay-off serão escalonados.

No caso da Mercedes, onde trabalham cerca de 8 mil pessoas - sendo 6 mil na produção -, a medida deve atingir profissionais das áreas de eixos, cambio e caminhões, que ficarão em casa por 12 dias. Há possibilidade de outro grupo ter coletivas no final do mês, informa o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

"No final de janeiro a empresa estava discutindo jornadas adicionais e contratações para atender o volume de produção, mas depois de alguns dias e com o agravamento da falta de peças já houve cortes no volume e a empresa sinalizou que haverá férias coletivas", lamenta o coordenador do Comitê Sindical na Mercedes-Benz, Sandro Vitoriano.

Também em nota, a Mercedes-Benz confirma a medida e diz que "tem adotado alternativas junto à cadeia brasileira de suprimentos e ao grupo Daimler Truck mundialmente para enfrentar os desafios diários de abastecimento de peças, situação sem precedente na indústria global".

Sindicato quer garantia de emprego na Caoa

A Caoa Chery levou a proposta do lay-off nesta quarta-feira, 24, ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. A unidade produz os modelos Tiggo 2, Tiggo 3x, Arrizo 5 e Arrizo 6 e emprega 700 pessoas.

Weller Gonçalves, presidente do sindicato, informa que a proposta será apresentada aos trabalhadores em assembleia amanhã (sexta-feira, 25), e acrescenta que quer a garantia de estabilidade no emprego para os operários durante e após o lay-off, assim como a manutenção de direitos trabalhistas.

VW retoma segundo turno

A falta de componentes tem afetado as montadoras em momentos diferentes. No dia 2 de março, a Volkswagen vai retomar a produção da fábrica Anchieta, em São Bernardo, em dois turnos de trabalho. Com isso, cerca de mil funcionários que estão com os contratos suspensos (lay-off) desde novembro retomarão seus postos um mês antes do previsto.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cerca de 290 trabalhadores ainda ficarão em lay-off. Eles eram de um grupo de 450 operários de um terceiro turno de trabalho que foi cancelado. A empresa abriu um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para atrair esse pessoal, mas menos de 200 aderiram até o momento.

Estadão
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