China tem surto em fábrica de processamento de frango
País vinha apontando repetidamente a importação de carne e peixe congelados como a fonte de casos de coronavírus no ano passado
A China relatou seu primeiro surto de casos de coronavírus entre trabalhadores em uma unidade de processamento de carne, aumentando o temor entre os consumidores locais que até então se preocupavam principalmente com a segurança dos alimentos importados.
Dez casos confirmados foram encontrados em uma fábrica que abate 50 milhões de frangos por ano na cidade de Harbin, no nordeste do país, e é propriedade do conglomerado tailandês Charoen Pokphand, um dos maiores produtores mundiais de aves.
Outros 28 trabalhadores da planta e três parentes estavam assintomáticos, disseram autoridades em uma coletiva de imprensa na quinta-feira.
A China vinha apontando repetidamente a importação de carne e peixe congelados como a fonte de casos de coronavírus no ano passado, e o país não tinha relatado ainda surtos significativos em seu próprio setor de processamento de alimentos.
Frigoríficos dos Estados Unidos, Brasil e Europa foram alguns dos grupos mais atingidos pela Covid-19 em 2020, com milhares de frigoríficos infectados.
O surto na planta chinesa foi detectado como parte da triagem de rotina de pessoas na região, devido a um aumento de casos de coronavírus nas últimas semanas no país.
Amostras retiradas de dentro da unidade de abate, de sua área de armazenamento refrigerado e de fora de embalagens do produto durante as inspeções no início desta semana também tiveram resultado positivo para o vírus, disseram autoridades da cidade.
A fábrica não foi encontrada para comentar o assunto. Funcionários da sede da empresa em Bangcoc não fizeram comentários imediatos.
A notícia do surto foi tendência na plataforma chinesa Weibo, semelhante ao Twitter, com alguns usuários aconselhando outros a não comerem seus produtos.
Funcionários procurados por telefone em três supermercados na cidade de Harbin disseram que o frango da empresa foi retirado das prateleiras.
Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que as pessoas não devem temer alimentos ou embalagens de alimentos durante a pandemia.