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Coronavírus

Cidades voltam a decretar lockdown no interior de SP

Medidas mais rigorosas foram adotadas em Franca, Bebedouro e Batatais, na região norte do Estado

19 mai 2021 - 15h25
(atualizado às 15h37)
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Ante o crescimento no número de casos e internações pela covid-19, mais cidades decretaram lockdown e toque de recolher nesta quarta-feira, 19, no interior de São Paulo, mesmo dia no qual o governador João Doria anunciou uma nova flexibilização no funcionamento do comércio no Estado a partir de 1º de junho.

As medidas mais rigorosas foram adotadas nas cidades de Franca, Bebedouro e Batatais, na região norte de São Paulo, e estão sendo estudadas em outros municípios.

Além de mais casos de covid-19, as cidades têm hospitais lotados e já há pacientes à espera de leitos em UTI.

Mais cidades decretaram lockdown e toque de recolher, no interior de São Paulo, por conta do aumento do número de casos e internações pela covid-19
Mais cidades decretaram lockdown e toque de recolher, no interior de São Paulo, por conta do aumento do número de casos e internações pela covid-19
Foto: Prefeitura de Franca/Divulgação / Estadão

Com 56 pacientes no pronto-socorro municipal aguardando transferência para hospitais, a prefeitura de Franca publicou decreto nesta quarta-feira, 19, fechando o comércio não essencial durante 15 dias. A medida, que entrará em vigor a partir de zero hora desta quinta-feira, 20, inclui toque de recolher das 20h às 5h. Superlotado, o pronto-socorro municipal atende cerca de 500 pacientes por dia e tinha na manhã desta quarta 56 pacientes à espera de transferência para hospitais.

O fechamento inclui shoppings, lojas de rua, academias, bares e restaurantes. Nas praças públicas, os jogos de tabuleiro e de cartas estão proibidos. O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) disse que a situação epidemiológica na cidade é grave, com aumento de casos, mortes e internações. "Precisamos diminuir o contato entre as pessoas, pois o índice de transmissão está muito alto. O francano precisa ficar em casa, do contrário não vamos conseguir conter a transmissão do vírus", disse, em rede social.

A medida foi anunciada após reunião com vereadores e representantes dos setores comerciais. Conforme o prefeito, a taxa de transmissão na cidade está em 1,4, ou seja, cada 100 pessoas doentes transmitem o vírus para outras 140. Na terça, a cidade registrou dez novas mortes, chegando a 555 óbitos desde o início da pandemia. Na região, os hospitais têm taxas de ocupação acima de 93%. "Não podemos nos omitir, temos de tomar decisões duras, mesmo sentindo no coração e na alma", disse Ferreira. No período do confinamento, os índices de transmissão serão monitorados.

A prefeitura de Bebedouro decretou lockdown na cidade a partir desta quinta-feira, 20, até o próximo dia 30. O fechamento é total, proibindo inclusive o encontro de pessoas nas vias e praças públicas. O transporte coletivo, os serviços de táxi e de aplicativos ficam suspensos, a não ser para transporte de profissionais de saúde e serviços essenciais. Além de clubes e academias, igrejas e templos também fecham.

Também foi decretado toque de recolher das 19h às 5h. A circulação de pessoas fica proibida nesse horário, exceto para emergências ou serviços essenciais. A multa é de R$ 1.095 para quem furar o isolamento. Já as empresas ficam sujeitas à multa de 10.950, além da cassação do alvará. Serão realizadas rondas para fiscalização.

O prefeito Lucas Seren (DEM) disse que a situação é praticamente de colapso, com 129 pacientes internados, dos quais 38 aguardando vagas em UTI. Há dificuldade até para encontrar leito em enfermaria. "Não temos outra saída, pois os números estão crescendo aqui e em toda a região", disse.

Em Batatais, o lockdown iniciado no último sábado, 15, ficou mais rigoroso na terça-feira, 18, com o fechamento dos serviços essenciais, como supermercados, padarias e açougues, que só podem fazer entregas a domicílio. O toque de recolher vigora entre 20h e 5h, com multa de R$ 1,1 mil em caso de desrespeito.

O transporte público foi suspenso. Nesta quarta-feira, a Guarda Civil Municipal realizava bloqueio sanitário no acesso à cidade pela rodovia Cândido Portinari. Quem chegava de fora era orientado sobre as restrições na cidade.

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