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Coronavírus

Cientistas: corticoide reduziu mortes por covid-19 em 1/3

Estudo randômico, que ainda não foi publicado em revista científica, avaliou eficácia da dexametasona

16 jun 2020 - 10h45
(atualizado às 11h09)
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Pesquisadores ingleses anunciaram nesta terça-feira, 16, que a aplicação de um corticoide conhecido como dexametasona em pacientes internados com covid-19 foi capaz de reduzir as taxas de mortalidade em cerca de um terço entre os casos mais graves de infecção.

Novos remédios são testados contra o coronavírus
Novos remédios são testados contra o coronavírus
Foto: ThisisEngineering RAEng/Unsplash

A droga, um forte antiinflamatório e imunossupressor usado em doenças reumatológicas, foi aplicada em doses de 6 mg uma vez por dia em 2.104 pacientes no Reino Unido, que fizeram parte de um estudo clínico randômico que recebeu o nome de Recovery. Eles receberam a medição por dez dias e tiveram seu desempenho comparado com 4.321 pacientes que receberam apenas os os cuidados habituais.

Pesquisadores da Universidade de Oxford divulgaram nesta terça os resultados para a imprensa, mas os dados ainda não foram submetidos a avaliação dos pares e não foram publicados em revista científica. Os cientistas disseram que, dada a importância desses resultados para a saúde pública, estão trabalhando para publicar todos os detalhes o mais rápido possível.

Eles informam que, entre os pacientes que receberam a medicação, houve redução de um terço das mortes dos pacientes ventilados e de um quinto em outros pacientes recebendo apenas oxigênio. Não houve benefício para os pacientes que não necessitaram de suporte respiratório.

Já entre os pacientes que receberam os cuidados usuais isoladamente, a mortalidade em 28 dias foi mais alta naqueles que necessitaram de ventilação (41%), intermediária nos pacientes que precisaram apenas de oxigênio (25%) e menor entre aqueles que não necessitaram de intervenção respiratória ( 13%).

Com base nesses resultados, os pesquisadores apontam que, com o tratamento, uma morte seria evitada entre cada oito pacientes ventilados ou para cada 25 pacientes que necessitem apenas de oxigênio.

Em nota divulgada no site da universidade, Peter Horby, professor de doenças infecciosas emergentes do Departamento de Medicina de Nuffield, da universidade, e um dos principais autores do trabalho, disse que a dexametasona é a primeira droga a mostrar que foi capaz de melhorar a sobrevida de pacientes com covid-19.

"Este é um resultado extremamente bem-vindo. O benefício de sobrevivência é claro e grande nos pacientes que estão doentes o suficiente para necessitarem de tratamento com oxigênio. Portanto, a dexametasona deverua agora se tornar padrão de atendimento nesses pacientes. A dexametasona é barata na prateleira e pode ser usada imediatamente para salvar vidas em todo o mundo", disse. 

Outro autor do trabalho, Martin Landray, professor de medicina e epidemiologia do Departamento de Saúde da População de Nuffield, disse que desde que os resultados preliminares do estudo são claros: "A dexametasona reduz o risco de morte em pacientes com complicações respiratórias grave". Ele afirmou também considerar "fantástico" que um tratamento capaz de reduzir a mortalidade "seja instantaneamente disponível e disponível em todo o mundo".

Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas aprovados para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus que matou mais de 437.000 pessoas em todo o mundo.

Estadão
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