Com alta de internações por covid, SP abre mais 700 leitos
Serão abertos 434 leitos clínicos e 266 unidades de terapia intensiva (UTIs) ao longo dos próximos dez dias, informou a gestão paulista
As novas internações por covid-19 ou suspeita da doença subiram 152% em São Paulo em um período de três semanas.Diante desse cenário, o governo paulista anunciou nesta quarta-feira, 26, a abertura de 700 novos leitos, ao longo dos próximos dez dias, para atender pacientes com sintomas respiratórios. Do total, serão 434 leitos clínicos e 266 unidades de terapia intensiva (UTIs) distribuídos em hospitais de diferentes regiões do Estado.
A média móvel de novas internações por dia, segundo dados da gestão estadual, estava em 552 no início do mês. Com o avanço da variante Ômicron, mais transmissível, o índice saltou para 1.393 na última semana. "Exatamente frente a isso, e em concomitância ao fato de nós termos praticamente seis regiões com mais de 80% da ocupação (de leitos), que medidas precisaram ser tomadas pelo governo do Estado de São Paulo", disse o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Atualmente, a ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo é de 73,42%. Quando se leva em conta todo o Estado, o índice está em 68,67%, o que corresponde a 3.633 pessoas. Enquanto isso, há um total de 7.324 pessoas internadas em leitos de enfermaria. "Isso totalizaria quase 11 mil pessoas internadas nos hospitais", apontou Gorinchteyn. "Lembrando que no pico da nossa segunda onda nós tivemos 13.150 pessoas internadas somente nas unidades de terapia intensiva."
"Neste momento, o foco da ampliação da rede estadual de Saúde está nos leitos de enfermaria, já que, por conta dos elevados índices de vacinação no Estado de São Paulo, nós temos tido um agravamento menor da doença e, portanto, os chamados leitos primários, aqueles de internação, são os mais importantes neste momento", apontou o governador João Doria (PSDB).
Enquanto a vacinação do público infantil avança, a parcela de adolescentes e adultos jovens que não voltaram aos postos para receber a segunda dose tem se mostrado como a principal preocupação da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo (SES-SP), afirmou ao Estadão a coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula.
Paralelamente, a gestão estadual busca conter o avanço da variante Ômicron, mais transmissível. A cepa tem sido apontada como a causa central do aumento de casos de covid no País. Como reflexo disso, números do Observatório Covid Fiocruz atestam que em sete unidades da Federação a ocupação dos leitos de UTI covid-19 ultrapassa 80%; o Distrito Federal chegou à ocupação máxima.