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Coronavírus

Com alta de mortes e UTIs lotadas, Amazonas revive pesadelo

Alta de mortes foi de 66%; com sobrecarga de hospitais, governo usa até maternidade

5 jan 2021 - 05h10
(atualizado às 07h33)
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Com alta de 66% na média de mortes pela covid-19 em 14 dias e os hospitais lotados, o Amazonas revive o pesadelo da pandemia. Famílias de pacientes relatam dificuldades de atendimento e profissionais de saúde reclamam de estrutura precária e sobrecarga de trabalho. Na segunda-feira, 4, por decisão da Justiça, foi fechado de novo o comércio.

A 'cápsula Vanessa' recebeu este nome em homenagem à primeira paciente de Manaus
A 'cápsula Vanessa' recebeu este nome em homenagem à primeira paciente de Manaus
Foto: Divulgação / Estadão Conteúdo

"Meus irmãos eram extremamente responsáveis, maravilhosos, alegres, adoráveis e nos deixaram de forma tão repentina", conta Isabel Ferreira, com a voz embargada, ao falar sobre a perda dos dois irmãos Clóvis Raimundo Monteiro Filho, de 40 anos, e Josinaldo Monteiro, de 37. Ambos eram obesos, do grupo de risco, e estavam internados no Hospital Delphina Aziz, em Manaus. Josinaldo chegou a ter problemas para ser atendido, por falta de estrutura adequada para ele. O Estado tem batido recorde de internações.

"No dia 25 me ligaram dizendo que meu irmão caçula teve oito paradas cardíacas. Fiquei desesperada. Por volta de 6 horas, faleceu", diz Isabel. "Sobre Clóvis, diziam que reagia e respirava bem. No dia do meu aniversário, 28, recebi outra ligação dizendo que o Clóvis estava grave, mas estável. No dia 29, 17h30 da tarde, recebi a notícia de que morreu após diversas complicações", continua.

Em relação à ocupação de leitos clínicos, o crescimento nos últimos 14 dias foi de 94% na rede pública e 163% na rede privada. Em a UTIs, a alta foi de 59% no SUS e 113% na rede particular. "Quer dizer que na rede privada estamos com 100% de ocupação, leva uma pressão adicional sobre o sistema público, uma vez que esses pacientes não têm acesso em hospitais privados e precisam ser atendidos na rede pública", afirmou Rosemary Pinto, presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado.

Estrutura

Na linha de frente, profissionais de saúde relatam sobrecarga. "Escassez muito grande de leitos. Com isso, aumenta ainda mais o trabalho e as condições insalubres, como falta de EPIs", afirmou à reportagem uma enfermeira, que não quis se identificar. "Difícil reviver novamente algo que achávamos que havia acalmado e estava próximo do fim."

O governo corre para remanejar pacientes de outras doenças das unidades de saúde para abrir leitos que possam atender casos de covid. Também prevê usar maternidades para dar conta de mais infectados.

O Estado cogitou reabrir hospitais de campanha, mas o governador Wilson Lima (PSC) apontou essa saída como complicada. "Só nesse período da pandemia abrimos 613 leitos. Quantos tem um hospital de campanha? 300? Abrimos dois hospitais de campanha. Quanto tempo levaria para abrir um hospital de campanha? Um mês? 45 dias? De onde viriam os profissionais? Há escassez muito grande no mercado. Teria de tirar profissionais das unidades de saúde para colocar nesse hospital."

Sobre os EPIs, o governo informou fazer entrega periódica às unidades de saúde, que repassam aos profissionais diariamente itens como luva, máscaras de cirurgias e toucas.

Estadão
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