Com Ômicron, Brasil tem janeiro mais mortal desde 2003
No mês marcado pela explosão de casos pela variante no País, número de óbitos cresceu 5% em relação ao mesmo mês do ano passado
Diante do aumento de casos de covid-19, impulsionados pela variante Ômicron, o Brasil registrou recorde de mortes registrados pelos cartórios de registro civil em janeiro deste ano - foi o mais mortal desde o início da série histórica em 2003. A alta, segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-BR), foi de cerca de 70% nas vítimas de pneumonia em comparação ao mesmo mês do ano passado. Embora tenha sido apontada como menos letal, a Ômicron foi responsável por uma explosão de infectados e também já fez aumentar a taxa de óbitos, sobretudo entre não vacinados, idosos e pacientes com comorbidades.
Conforme a associação, em janeiro deste ano foram registrados 144.341 óbitos no País, alta de 5% ante o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 137.431 mortes. O primeiro mês de 2021, época em que começava a ganhar força a segunda onda da pandemia no Brasil, já havia registrado crescimento de 22% nas mortes em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da crise santária.
"Os números dos cartórios de registro civil mostram, mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira", diz Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen/BR, em nota divulgada pela entidade. Embora haja diminuição clara nos óbitos por covid-19 na comparação com outras fases mais críticas da pandemia, destaca ele, ainda não se conhecem todos os efeitos das novas variantes e a Ômicron parece ter puxado a alta de vítimas neste momento.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados administrada pela Arpen-BR, abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 cartórios de registro civil do Brasil - presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros -, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.