Com tendência atual, pandemia poderá durar anos, diz Opas
Organização Pan-Americana da Saúde solicitou aos países que compartilhem doses excedentes de vacina contra a covid-19
Se a disseminação da covid-19 continuar nas taxas atuais, levará anos até que o vírus seja controlado nas Américas, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira, ao solicitar aos países que compartilhem doses excedentes de vacina contra a covid-19.
Houve quase 1,2 milhão de novos casos e 34 mil mortes na região na semana passada, e quatro dos cinco países com o maior número de mortes em todo o mundo estão nas Américas, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, durante a coletiva de imprensa semanal da organização.
"Se as tendências atuais continuarem, as disparidades de saúde, sociais e econômicas em nossa região crescerão ainda mais e levará anos até controlarmos este vírus nas Américas", disse Etienne.
As infecções são as mais altas em muitos lugares da região do que em qualquer outro momento da pandemia, acrescentou, e o surgimento de novas variantes mais transmissíveis adicionou novas complexidades à vigilância epidemiológica.
Apenas 10% da população da América Latina e do Caribe foi totalmente vacinada, com uma situação particularmente aguda na América Central e no Caribe.
A Opas agradece aos Estados Unidos, Espanha e Canadá pelas promessas de financiamento ou doações de milhões de doses de vacina, mas é preciso fazer mais, disse a diretora.
"Esperamos que outros países - especialmente aqueles com doses em excesso - e instituições financeiras globais sigam seus passos para fornecer o apoio de que precisamos", disse Etienne. "As doações de vacinas são essenciais no curto prazo".
Antes do início da Copa América no Brasil, no domingo, Ciro Ugarte, Diretor de Emergências de Saúde da Opas, disse que os países-sede de eventos de massa deveriam considerar seu adiamento caso os riscos da covid-19 não possam ser controlados.
Bolívia e Colômbia estão vendo um aumento nos casos e mortes e os leitos de UTI em muitas cidades colombianas estão quase lotados, acrescentou Etienne.