Confiança do consumidor vai a mínima em 10 meses em meio a recrudescimento da Covid-19 no Brasil, diz FGV
A confiança do consumidor brasileiro apresentou queda em março a uma mínima em dez meses, de acordo com dados informados nesta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), como resultado do recrudescimento da pandemia de Covid-19 e do estresse do sistema de saúde nacional.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 9,8 pontos em março, para 68,2 pontos, mínima desde maio de 2020, quando teve leitura de 62,1.
"A forte queda da confiança dos consumidores é resultado do recrudescimento da pandemia de Covid-19 em todo o país e do colapso do sistema de saúde em várias cidades", explicou em nota a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt.
"A campanha de imunização no país segue lenta, enquanto o número de hospitalizações e mortes por dia avança rapidamente, levando Estados e municípios a adotar medidas de restrição à circulação de pessoas."
Para ela, os consumidores percebem a piora da situação econômica atual como sério risco ao emprego e à renda, o que vem num contexto de forte impacto psicológico em meio ao medo de contágio e à necessidade de manter o isolamento social.
O Brasil registrou na segunda-feira 1.383 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 295.425, informou o Ministério da Saúde. Também foram contabilizados 49.293 novos casos de coronavírus, com o total de infecções no país avançando para mais de 12 milhões.
Em março, houve piora da percepção dos consumidores tanto em relação ao momento presente quanto em relação os próximos meses, disse a FGV. O Índice de Situação Atual caiu 5,5 pontos, para 64 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) perdeu 12,3 pontos, para 72,5 pontos.