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Coronavírus

Coronavírus: maioria dos brasileiros não crê que isolamento social impedirá avanço da doença, diz pesquisa

Levantamento do instituto de pesquisa Ipsos revela que 56% dos brasileiros não acreditam que as medidas de isolamento vão frear o alastramento da doença.

26 mar 2020 - 13h11
(atualizado às 13h25)
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Resultado da pesquisa põe Brasil em quarto lugar entre os países mais pessimistas em relação à pandemia
Resultado da pesquisa põe Brasil em quarto lugar entre os países mais pessimistas em relação à pandemia
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Mais da metade dos brasileiros (56%) acreditam que o isolamento social não vai impedir o alastramento do novo coronavírus pelo país, segundo levantamento do instituto de pesquisa Ipsos.

A pesquisa, chamada Rastreando o Coronavírus, é um levantamento que tem sido realizado semanalmente pelo Ipsos em 14 países. Essa é a quinta edição da pesquisa.

As respostas dadas pelos brasileiros colocaram o país como quarto colocado entre as nações mais pessimistas. Ficamos atrás do Japão (onde 62% acreditam que o isolamento não vai conter o vírus), da Índia (61%) e do México (59%).

Canadá e França são as nações com mais confiança de que as medidas de isolamento terão efeito, com 34% dos entrevistados acreditando que o isolamento não conterá a doença no Canadá e 36% na França.

A Itália, apesar de ser o novo epicentro mundial da doença e ter sido o país mais afetado pelo surto da Europa, também tem um alto índice de otimismo quanto às medidas de isolamento. Por lá, somente 37% não acham que elas terão efeito.

O levantamento também foi feito no Austrália, na Alemanha, na Rússia, na Rússia, nos Estados Unidos, no Vietnã e na China.

A pesquisa foi feita online entre os dias 19 e 21 de março com cerca de 14 mil pessoas no mundo todo, com idades entre 16 e 74 anos. No Brasil foram ouvidas cerca de 1 mil pessoas e a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Por se tratar de uma pesquisa online, o estudo da Ipsos é representativo da população conectada, que no Brasil é 70% do total.

Isolamento social é recomendado por autoridades para evitar a propagação do novo coronavírus, que já infectou mais de 480 mil pessoas pelo mundo
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Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Quão grande é a ameaça?

A pesquisa também perguntou o quanto os entrevistados sentem que suas saúdes estão ameaçadas pela covid-19.

No Brasil, onde a curva de crescimento da doença ainda está no começo, cerca de 62% dos entrevistados dizem que, se fossem infectados, isso afetaria gravemente sua saúde.

A sensação de perigo é maior na China, um dos países mais afetados, onde 77% se sentem ameaçados pelos vírus. Depois vêm a Índia (75%) e o Vietnã (74%).

Esse índice varia bastante de acordo com o país pesquisado. Os países onde as pessoas acreditam menos que sua saúde corre sério risco por conta da covid-19 são a França (20%), a Itália (26%) e o Japão (28%).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), havia até quinta-feira (26) mais de 480 mil casos confirmados de infecção pelo sars-cov-2 (o nome oficial do coronavírus) e cerca de 21 mil mortes causadas pela doença no mundo todo.

Na Itália, mais de 6,8 mil pessoas já morreram por causa do vírus e mais de 69 mil casos foram confirmados, segundo a OMS. Na França foram 22 mil casos e 1,1 mil mortes confirmadas. No Japão, que tem sido um dos países com maior sucesso na contenção da doença, foram 1,1 mil casos e 43 mortes.

No Brasil, os dados oficiais mais recentes do Ministério da Saúde registraram 2.598 e 63 mortos até esta quinta.

Fechar as fronteiras

Apesar de céticos quanto à eficácia das medidas de isolamento, os brasileiros, em sua grande maioria, concordam com o fechamento das fronteiras do país até que a doença seja contida: 86% dos brasileiros entrevistados se disseram favoráveis a isso.

A maioria dos entrevistados em todos os países pesquisados concorda com esse tipo de medida: há 87% de concordância no Canadá, 83% entre os italianos e 83% entre os australianos.

Mesmo nos países que menos concordam com o fechamento de fronteiras, como o Japão, a medida é aprovada por mais da metade da população. No país asiático esse índice é de 66%.

Nos EUA e no Reino Unido, a aprovação é de 73% e 74%, respectivamente.

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