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Coronavírus

Covas só define volta às aulas após censo sorológico

Prefeitura de São Paulo adiou a decisão sobre autorizar o retorno às aulas em 3 de novembro para a rede pública e privada na cidade

14 out 2020 - 07h32
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A Prefeitura de São Paulo adiou a decisão sobre autorizar a volta às aulas em 3 de novembro para a rede pública e privada na cidade. O prefeito Bruno Covas (PSDB) prefere aguardar o resultado do censo sorológico, com testes de covid que estão sendo feitos com professores e alunos da rede municipal.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Divulgação/Governo do Estado de SP / Estadão Conteúdo

O prefeito havia dito anteriormente que confirmaria o retorno das aulas após o resultado do inquérito sorológico das crianças que foi divulgado na terça-feira, 13. A diferença entre os dois exames é que o primeiro será feito em todas as crianças e profissionais que quiserem, enquanto o inquérito é por amostragem. O censo deve testar 777 mil pessoas - das quais e cerca de 90 mil já passaram pelos exames.

Segundo o Estadão apurou, a ideia da Prefeitura é dar prioridade para a volta às aulas dos que já tiverem anticorpos para o vírus na rede municipal. O resultado desses testes - chamado de censo sorológico - deve sair na semana que vem.

"Ninguém aqui discute a importância da educação na vida dessas crianças, mas a saúde vem em primeiro lugar. Só quando a vigilância sanitária disser que pode se dar essa retomada é que ela será aprovada", disse Covas, em entrevista coletiva, ao comentar os dados do inquérito sorológico, que indica que quase 65% das crianças que apresentaram anticorpos são assintomáticas. Para o prefeito, este é "o cerne da preocupação da volta às aulas".

Covas ainda confirmou a informação adiantada pelo Estadão. "Devemos ter, na quinta-feira da semana que vem, o resultado do censo que estamos realizando com todos os professores e alunos da rede municipal e a decisão sobre as aulas no dia 3 de novembro", adiantou. Questionado, o secretário municipal da Educação, Bruno Caetano, também falou sobre o assunto. "A prefeitura tem informado nas últimas coletivas que a decisão se dá por um contexto de informações, como inquérito e censo, e outros indicadores de São Paulo". Segundo ele, a Prefeitura vai se pronunciar novamente no dia 22. "Não há atraso ou adiamento dessa manifestação", explicou.

Já as escolas particulares teriam autonomia para decidir como voltar com as aulas, depois de autorizadas por Covas. Desde 7 de outubro elas já vêm oferecendo atividades extracurriculares para 20% dos alunos, por dia, conforme norma municipal. Segundo o sindicato das escolas, 80% delas reabriram na semana passada.

Como esse retorno também era voluntário para a rede pública, apenas uma creche municipal foi aberta dia 7. Segundo Caetano, no dia 19, mais 14 escolas municipais devem reabrir. "Repassamos recursos para que elas pudessem se preparar. Elas não estão deixando de retomar por falta de estrutura", disse Covas. Cerca de 300 escolas estaduais na capital voltaram a funcionar.

A expectativa para novembro é de que a Prefeitura autorize uma quantidade maior de crianças nas escolas, já que a cidade passou para a fase verde na semana passada. Pelo plano do Estado, depois de 14 dias nessa fase, 70% dos alunos já poderiam estar na escola presencialmente. Mas as cidades podem ser mais restritivas e por isso que a decisão de Covas, que concorre à reeleição, é importante.

Inquérito sorológico

O inquérito sorológico apresentado ontem mostrou que os alunos testados e que tinham anticorpos para covid-19 se deu na seguinte porcentagem, sendo maior a proporção na rede pública: 15,4% nos da rede estadual, de 17,6% na rede municipal e de 12 6% entre os alunos da rede particular. Com isso, de acordo com os resultados, 236.841 alunos já teriam anticorpos para a doença. No inquérito anterior, o resultado de prevalência havia sido menor em alunos da rede particular: 9,7%.

Como em outros inquéritos, a taxa de assintomáticos é alta entre os estudantes, ficando em 64,9% no geral e chegando a 71,3% na rede municipal. O índice é maior que o registrado em adultos, que oscila entre 35% e 40%, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde. Os dados também apontam que 30% dos alunos da rede privada vivem com pessoas com mais de 60 anos. Na rede pública, esse índice varia entre 26% a 29,6%.

Censo sorológico

A Prefeitura já tem à disposição 180 mil testes para a primeira fase do censo. É essa etapa que Covas está esperando para decidir sobre a volta no dia 3 de novembro. Depois disso, haverá acordos com laboratórios para examinar, durante 40 dias, um total de 102 mil professores e 670 mil alunos da rede.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão
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