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Coronavírus

Covid-19 gera corrida a mercados, filas e prateleiras vazias

Consumidores priorizaram compra de papel higiênico, água e não perecível

15 mar 2020 - 02h00
(atualizado em 16/3/2020 às 15h53)
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Foto: Erbs Jr./Framephoto / Estadão

No supermercado Zaffari, na zona oeste de São Paulo, o movimento de clientes estava maior que o normal neste sábado, 14. As prateleiras de álcool gel e papel higiênico chegavam a ficar desguarnecidas, mesmo com constante reposição. O supermercado chegou a limitar a compra de álcool gel a cinco unidades por pessoa. "Desde quinta-feira, aumentou muito a circulação, Tem de repor toda hora", disse um funcionário.

O fenômeno não acontece somente ali. Em nota, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) informou que observou um aumento da frequência de consumidores em alguns estabelecimentos, mas que os supermercados estão preparados para atender a demanda e não há registro de desabastecimento nas lojas do Estado de São Paulo. Entre os produtos com maior procura estão, de fato, os itens de prevenção à covid-19, como álcool em gel.

Água, papel higiênico e produtos de bebê foram o foco das compras da médica endocrinologista Tatiane Longui. Ela reforçou o estoque desses produtos e prolongou as compras para mais três semanas. Sua compra, que já costuma ser grande, desta vez ocupou três carrinhos de supermercado, para evitar idas mais frequentes ao mercado. "Assim que eu cheguei passaram álcool onde a gente segura no carrinho. É importante a gente tomar esses cuidados."

Além disso, a cena de pessoas usando máscaras durante as compras se tornou mais frequente. É o caso de Vinicius Lambert, consultor de negócios em saúde, e sua mulher. Como ela está grávida de cinco meses, mesmo sem sintomas de gripe o casal preferiu sair com o apetrecho cirúrgico. "Compramos mais coisas para evitar vir ao mercado de forma desnecessária. Focamos em não perecíveis como arroz, feijão e até algumas frutas para congelar", diz Lambert.

Já no hipermercado Extra da Lapa, os funcionários disseram que a quantidade de clientes estava muito abaixo do normal para um sábado e atribuíram isso ao receio das pessoas de sair de casa. Lá, assim como em outros estabelecimentos, já não havia álcool gel nas prateleiras.

Foi justamente aproveitando o aumento da procura pelo produto, que a ambulante Solimar Rodrigues diversificou sua banca no Itaim Bibi. "Comprei 300 essa semana. Agora só tem esses aqui (12)", diz. A mercadoria de Solimar atende à recomendação de menos de 70% de álcool.

Estadão
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