Covid-19 gera uma onda de medidas opostas pelo Brasil
Vários locais estão mais flexíveis, como é o caso do Rio e São Paulo; outros, como Porto Alegre, endureceram restrições ao comércio
O Brasil da pandemia da covid-19 chegou a um ponto em que se pode ver de tudo – numa verdadeira roda viva que reflete sua dimensão continental. Enquanto algumas cidades adotaram esta semana medidas de flexibilização do isolamento social, com aberturas de centros comerciais, outras passaram a impor restrições mais severas.
Foi assim por exemplo nas capitais Rio e São Paulo, com mais liberdade para o funcionamento do comércio, em contraponto ao que se deu em Porto Alegre, com a manutenção da proibição do acesso a shoppings em razão do aumento do número de infectados nos últimos dias na capital gaúcha.
Houve ainda abertura e fechamento de hospitais de campanha ao mesmo tempo. Sim, enquanto a prefeitura de Manaus anunciava nessa segunda (15) o encerramento das atividades de sua unidade de saúde criada especialmente para o tratamento de acometidos pela doença, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, participava de inauguração de hospital de campanha em Rio Branco – com capacidade para 100 leitos de enfermaria.
Ainda na capital do Acre, o ministro esteve no evento que celebrou a instalação de 20 leitos de UTI para tratamento exclusivo de infectados pelo novo coronavírus, num setor do INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia).
No Rio Grande do Norte, com 99% dos leitos de UTI ocupados, o governo adiou para 24 de junho a retomada gradual das atividades econômicas. Isso, se até lá, os números da covid-19 estiverem sob controle. Já na paradisíaca Fernando de Noronha, perto daquele Estado, sem nenhum caso atualmente de contaminado, as autoridades locais autorizaram a abertura do comércio, mas as lojas permaneceram fechadas por falta de pessoal e de clientes – a ilha está vetada para o turismo.
Essa gangorra de situações pelo País também pode ser vista em Mato Grosso, cuja capital Cuiabá registra uma das menores taxas de infectados pelo coronavírus e a vida na cidade é bem próxima do normal. Não é assim, entretanto, em Rondonópolis, a 219 quilômetros dali, onde não há mais leitos vagos de UTI para vítimas da covid-19.