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Coronavírus

Covid-19: maternidades vivem situação crítica em Pernambuco

Com vários profissionais de saúde afastados devido à pandemia do novo coronavírus, sistema de saúde trabalha no limite

29 abr 2020 - 11h50
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As maternidades de Pernambuco estão vivendo uma situação crítica por conta do novo coronavírus. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, o CISAM, por exemplo, que é uma maternidade de alto risco no Recife, vinculada à Universidade de Pernambuco, já tem um número grande profissionais afastados. De seus 36 médicos residentes, 12 estão com covid-19. Dos médicos obstetras, 6 estão fora de combate por causa da doença. No caso dos enfermeiros, a situação é ainda mais grave: são 47 profissionais afastados. 

“Estou com o quadro desfalcado, plantões totalmente desfalcados. As maternidades estão superlotadas. A maior maternidade do Estado de Pernambuco, o IMIP [Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira], está reservada só para casos de covid.” revela o médico Olímpio Barbosa de Moraes Filho, gestor-executivo do CISAM. “Estamos em uma crise sem precedentes”, completa. De acordo com ele, os quadros de plantões estão completamente desfalcados, justamente pela falta de profissionais. 

CISAM tem grande número de profissionais afastados por Covid.
CISAM tem grande número de profissionais afastados por Covid.
Foto: Reprodução/Universidade de Penambuco

Os números gerais sobre a covid-19 no Estado não mentem. Dados da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco mostram que há 5724 casos confirmados no Estado, com 508 óbitos. É o segundo estado da região Nordeste com o maior número de infecções, ficando atrás apenas do Ceará. O índice de ocupação dos leitos para Síndrome Respiratória Aguda Grave no Pernambuco é de 91%.

Outro problema nas maternidades, ainda segundo o gestor do CISAM, é a demora na testagem de casos suspeitos. Enquanto não há confirmação da infecção por coronavírus no profissional de saúde, ele deve ficar afastado do trabalho. Uma vez que o resultado seja negativo, ele volta ao trabalho imediatamente. No caso do CISAM, muitos profissionais já estavam em casa havia uma semana com suspeitas não confirmadas, aguardando o resultado da testagem.

Para lidar com a saturação dos centros de saúde causada pela pandemia do novo coronavírus, o governo de Pernambuco convocou cerca de 1800 profissionais que atuam em ambulatórios para trabalhar no combate ao vírus. Independentemente da especialização, o médico será treinado para atuar nas emergências e UTIs. 

“Nessa lista, que é imensa, há diversos obstetras e neonatologistas. Pensando na rede como um todo, essas pessoas não devem atender a covid, por não serem as mais indicadas. Eles podem ir para as emergências das maternidades, já que estamos com um desfalque.” avalia o Moraes Filho. Segundo ele, há uma necessidade de aumento de quadro em cerca de 20% em todos profissionais da saúde, pois Pernambuco estaria no limite.

Secretaria de Saúde tenta minimizar impacto

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que tem orientado toda a rede de saúde, inclusive as maternidades, sobre as medidas de segurança e higiene neste período da circulação do novo coronavírus no Estado. Além de capacitações reforçando a importância do pré-natal, diariamente, o Estado tem reforçado com toda a população a importância do isolamento social, da higienização constante das mãos e do uso de máscara quando for necessário sair às ruas. Essas medidas são ainda mais importantes para as populações com comorbidades e grávidas.

A SES-PE também reforça que todas as maternidades sob gestão estadual, que são voltadas para os casos de alto risco, estão em pleno funcionamento e a Central de Regulação de Leitos tem atuado para fazer os devidos encaminhamentos quando solicitada. O Imip, serviço filantrópico, também está em funcionamento, com foco nas gestantes suspeitas para o novo coronavírus. Importante destacar, ainda, que toda a rede SUS pernambucana possui mais de 2,1 mil leitos de obstetrícia no cadastro nacional de estabelecimentos de saúde (Cnes).

Por fim, a Secretaria afirma que está atenta para a reposição de profissionais nas unidades estaduais. Para isso, foi feita convocação de aprovados em concurso público, seleções simplificadas e recrutamento daqueles que estavam atuando em ambulatórios, nas situações eletivas. Com isso, mais de 6,8 mil profissionais foram chamados para qualificar a rede estadual de saúde.

Fonte: Redação Terra
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