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Coronavírus

CPI da Pandemia: o que aconteceu até agora?

A comissão do Senado já ouviu ex-integrantes do governo Bolsonaro e representantes da Anvisa e Pfizer. Saiba o que aconteceu até aqui.

14 mai 2021 - 17h06
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Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil, confirmou a demora do governo em responder a ofertas de compra de vacinas
Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil, confirmou a demora do governo em responder a ofertas de compra de vacinas
Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

Nesta semana, a CPI do Senado que investiga a atuação do governo na pandemia ouviu mais três testemunhas: Antonio Barra Torres (presidente da Anvisa), Fabio Wanjgarten (ex-secretário das comunicações) e Carlos Murillo (ex-presidente da Pfizer no Brasil). Além desses depoimentos, já tinham falado os ex-ministros da Saúde Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do atual ministro Marcelo Queiroga. 

Até agora, quais foram as principais informações levantadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito? Quais foram as novidades reveladas? Veja o nosso resumo: 

Gabinete paralelo

Mandetta afirmou que o presidente Bolsonaro não ouvia os funcionários do Ministério da Saúde a respeito da pandemia. Seu aconselhamento é feito por um "gabinete paralelo", formado por pessoas que dão prioridade a tratamentos não científicos para a COVID e apostam na tese de que a pandemia pode ser combatida com a imunidade de rebanho. A existência desse gabinete ganhou força com a revelação de que Carlos Bolsonaro, filho do presidente que não tem cargo no governo federal, participou de uma das reuniões com a empresa farmacêutica Pfizer. 

Dois meses sem resposta

Carlos Murillo, representante da Pfizer, contou que a empresa mandou várias propostas para que o Brasil comprasse a vacina contra a COVID-19 em agosto de 2020, mas que o governo não respondeu às comunicações. Essa informação foi confirmada pelo ex-secretário Wanjgarten em seu depoimento. O Brasil fechou acordo com a Pfizer apenas em março de 2021. 

Contra a cloroquina, pelo distanciamento

Apesar de ser um aliado de Bolsonaro, o presidente da Anvisa se disse contrário ao "tratamento precoce" com remédios como a cloroquina (que foi considerado ineficaz por cientistas) e disse que não concordava com as aglomerações promovidas pelo presidente. Barras Torre afirmou também que a agência não sofre nenhum tipo de pressão política vinda do governo. E explicou que a não aprovação da vacina russa Sputnik V se deu porque a fabricante não enviou os documentos necessários. 

Mudança de bula

Mandetta, Teich e Barras Torre confirmaram a intenção do governo Bolsonaro de mudar a bula da cloroquina para incluir sua indicação no tratamento da COVID. Mas, conforme o presidente da Anvisa explicou à CPI, o governo não tem autoridade para fazer isso. O fabricante deve fazer o pedido à Anvisa, que analisa dados científicos para aceitar ou não a mudança. 

Contradições de Wanjgarten

Um dos depoimentos mais atribulados até agora foi o de Fabio Wanjgarten. O ex-secretário se contradisse diversas vezes durante sua fala, o que gerou até pedidos por sua prisão. Wanjgarten afirmou que não havia aprovado a campanha "O Brasil não pode parar", que ia contra as ordens de isolamento social recomendadas por autoridades de saúde. 

Segundo ele, a campanha foi realizada enquanto ele se tratava de COVID-19, período em que estaria afastado do trabalho. No entanto, os senadores encontraram um trecho de uma entrevista ao vivo que deu a Eduardo Bolsonaro, em que dizia estar trabalhando mesmo infectado pela doença. 

Wanjgarten também disse à CPI que não havia usado o termo "incompetência" para qualificar o Ministério da Saúde em entrevista à revista Veja. Durante o dia, a revista divulgou um áudio que desmentia o ex-secretário. 

Quer saber mais? Assista ao vídeo que o Me Explica fez resumindo a CPI até agora: 

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