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Coronavírus

CPI da Prevent encerra depoimentos sem ouvir donos do plano de saúde

Eduardo e Fernando Parrillo se ausentaram nas três tentativas de contato da comissão; relatório final da CPI será votado no dia 31 de março

17 mar 2022 - 15h57
(atualizado às 16h21)
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À mesa, o beneficiário da Prevent Senior Tadeu Frederico de Andrade.
À mesa, o beneficiário da Prevent Senior Tadeu Frederico de Andrade.
Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

A CPI da Prevent Senior da Câmara Municipal de São Paulo encerrou a fase de depoimentos nesta quinta-feira, 17, sem ouvir os diretores proprietários do plano de saúde, Eduardo Parrillo e Fernando Parrillo. Os irmãos donos da operadora, já indiciados pelo relatório final da CPI da Covid no Senado Federal, foram convidados três vezes pelos parlamentares paulistanos, mas não compareceram a nenhuma das sessões.

A terceira e última tentativa de ouvir os empresários foi nesta manhã. Segundo ofício do advogado da empresa, os irmãos estavam no Rio de Janeiro, o que impossibilitaria a presença na sessão.

"Acho um desrespeito com a CPI, mas principalmente um desrespeito com os associados da Prevent Senior que mereciam que os proprietários pudessem fazer os esclarecimentos que essa CPI requer, mas infelizmente não é essa a compreensão deles", disse Antonio Donato (PT), presidente da comissão.

No primeiro convite, feito para a sessão do dia 3, os irmãos informaram que estavam com sintomas gripais. No segundo, uma nota enviada pelo advogado da Prevent Senior afirmou que eles não poderiam estar na sessão do dia 10 por causa de uma viagem.

Nas duas primeiras tentativas, os empresários haviam sido convidados a comparecer à Câmara. Entretanto, após as faltas, os vereadores cogitaram votar um requerimento para que eles fossem convocados na próxima oitiva, o que tornaria o comparecimento obrigatório. Entretanto, a votação não foi feita por um erro dos próprios vereadores. "Na verdade, foi uma falha nossa. O vereador Giannazi propôs a convocação e não colocamos a voto. Isso foi uma falha de encaminhamento nosso. Quando fomos ver com a assessoria, ela nos alertou que não tínhamos votado", disse em coletiva de imprensa nesta quinta. Para o presidente da CPI isso não muda a situação, já que as oitivas são um momento para "eles esclarecerem" os fatos, uma vez que as "convicções os vereadores já estão formadas nesses meses de CPI".

Ao lado de outras 64 pessoas, Eduardo e Fernando foram indiciados pelo relatório final da CPI da Covid no Senado Federal. O documento sugere que os irmãos atuavam de forma perigosa em relação à vida ou saúde de outrem. Eles também foram acusados de omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade.

A CPI da Prevent Senior foi instaurada no dia 7 de outubro de 2021, na Câmara de São Paulo, sob o comando do vereador Antonio Donato (PT) como presidente e Celso Giannazi (PSOL) na vice-presidência. A relatoria dos trabalhos ficou a cargo do vereador Paulo Frange (PTB). Os parlamentares Milton Ferreira (PODE) e Xexéu Tripoli (PSDB) também integram o grupo.

O objetivo inicial da comissão era apurar as denúncias relacionadas à atuação da Prevent Senior na capital paulista, onde está concentrada a maior parte dos associados do plano de saúde, durante o enfrentamento da pandemia. A CPI também tinha previa dar continuidade à investigação sobre subnotificação de casos de morte e infectados por covid-19, dois temas trazidas à tona na reta final da CPI da Covid no Senado.

A CPI da Prevent Senior contou com 53 oitivas e terá o relatório final votado no dia 31 de março.

Estadão
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