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Coronavírus

CPI publicará conteúdo de perícia em celular de Dominghetti

Presidente da comissão aceitou requerimento que pedia a retirada do sigilo de conversas de policial com representante da Davati Medical Supply

6 jul 2021 - 17h56
(atualizado às 19h14)
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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu tornar público o conteúdo da perícia realizada no celular do policial Luiz Paulo Dominguetti. A medida foi realizada durante o depoimento de Dominguetti ao colegiado na semana passada, quando confirmou ter recebido pedido de propina para fechar contrato com o Ministério da Saúde ao oferecer vacina da AstraZeneca.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O pedido para retirar o sigilo do material foi feito pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE). A questão foi levantada durante o depoimento da fiscal do contrato da Covaxin, Regina Célia Silva Oliveira, servidora do Ministério da Saúde.

A perícia foi feita no celular de Dominguetti após o policial exibir durante a sessão da CPI um áudio do deputado Luis Miranda (DEM-DF), supondo que se trataria de uma negociação de vacinas pelo parlamentar - o que foi desmentido depois. Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, foram os responsáveis por denunciar as suspeitas de irregularidades na compra da Covaxin. Na ocasião, senadores questionaram a possibilidade de a gravação ter sido "plantada" para desqualificar as denúncias dos irmãos Miranda.

Senador governista, Marcos Rogério (DEM-RO) protestou contra a iniciativa de retirar o sigilo do material de Dominguetti. "Tornar público, me parece que estamos diante de uma falta grave", disse.

Perfil

Cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Dominghetti diz ter recebido pedido de propina para fechar contrato de venda da vacina da AstraZeneca para o governo federal.

De acordo com a PM de Minas, o militar trabalha no município de Alfenas, no Sul do Estado. Dominghetti foi o responsável por deflagrar mais uma crise envolvendo o governo Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o militar mineiro disse ter aberto negociação com o governo em nome da empresa Davati Medical Supply para vender 400 milhões de doses da vacina ao Ministério da Saúde. O Grupo Davati é uma holding fundada pelo empresário Herman Cardenas, com sede no Texas, Estados Unidos, que possui vários negócios no estado.

De acordo com ele, o então diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pediu propina de US$ 1 por dose para que a negociação avançasse, o que acabou não ocorrendo. Dias será ouvido pela CPI nesta quarta-feira, 7.

O depoimento de Dominghetti à comissão chegou a levantar suspeitas, entre senadores, de que ele pode ter sido "infiltrado" pelo governo para produzir provas fraudulentas e prejudicar investigações sobre corrupção no Ministério da Saúde. O celular foi apreendido pela Polícia Legislativa durante o depoimento, após Miranda dizer que o áudio havia sido editado e tratava de outro assunto, e não compra de vacinas - como Dominghetti chegou a afirmar.

Estadão
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